sábado, 23 de junho de 2012

A triagem de um doador de sangue

Júlio Abramczyk (*)

A interferência da atividade sexual de um doador de sangue na segurança das transfusões feitas a partir das doações dele é analisada na tese de doutorado da médica Giuseppina Maria Patavino, aprovada recentemente pela Faculdade de Medicina da USP.

A pesquisa estuda o impacto do número de parceiros sexuais na triagem clínica dos doadores que comparecem aos bancos de sangue.

Os doadores com maior número de parceiros heterossexuais nos 12 meses que precedem a doação de sangue apresentaram associação maior de exames que mostravam a presença de patógenos infecciosos por transfusão, em especial o HIV.

No Hemocentro de São Paulo, é excluído um doador que tenha tido seis parceiros heterossexuais diferentes nos últimos 12 meses; em Pernambuco, apenas três; em Minas Gerais, dois.

O estudo observou também correlação entre a idade dos doadores e exames sorológicos positivos.

As pessoas com mais de 55 anos de idade apresentaram resultado oito vezes mais positivo aos testes do que os jovens de 25 anos ou menos. Acima dos 45 anos foi encontrada alta incidência para sífilis, por exemplo.

Doadores com mais de 55 anos apresentaram treze vezes mais exames positivos para sífilis do que os de 25 anos ou menos.

Por outro lado, a positividade para o HIV foi maior nos doadores com menos de 25 anos e de 25 anos a 34 anos.

(*) Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina em São Paulo, onde foi diretor-clínico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário