Atitude de Perillo de não contar publicamente como foi que alertou Lula sobre o mensalão é incompreensível e inexplicável. A menos que…
Ricardo Setti (*)
2. A espantosa decisão do governador de, mesmo tendo tido uma oportunidade de ouro, não querer se alongar sobre seu encontro com Lula, em 2005, durante o qual teria advertido o então presidente sobre a existência do mensalão — um sistema de corrupção destinado a obter apoios ao governo entre deputados mediante pagamento em dinheiro.
Apertado pelo deputado governista Felipe Pereira (PSC-RJ) sobre se não fora avisado a respeito de corrupção em seu próprio governo, Perillo mencionou o mensalão em poucas palavras:
- Uma deputada foi ao meu gabinete e me contou. Em uma das visitas que fez ao Estado de Goiás, tomei a iniciativa no sentido de avisar o senhor presidente.
“Águas passadas” coisíssima nenhuma!
O deputado governista ainda, provavelmente sem querer, até ajudou, ao insistir, mas o governador não quis falar do assunto, dizendo que “o foco desta CPI não é o mensalão e acrescentando:
– O foco é outro. E não vou, em hipótese alguma, tratar desse assunto numa sessão como essa. Isso são águas passadas.
NÃO!
Não são águas passadas, coisíssima nenhuma! São águas tão “passadas” que os mensaleiros irão a julgamento pelo Supremo Tribunal “deste país” em agosto.
A atitude de Perillo é incompreensível. Suas declarações, no âmbito de uma CPI de repercussão nacional, reavivariam fortemente a memória do escândalo do mensalão e poderiam esclarecer, no mínimo, a omissão do deus supremo do lulalato diante da bandalheira denunciada pelo Ministério Público.
Perillo continua tendo que explicar suas relações com o malfeitor Carlinhos Cachoeira. A partir de agora, precisará, também, explicar seu silêncio sobre algo tão relevante. Será que quis proteger Lula?
“Neste país”, tudo é possível.
(*) Jornalista e colunista da Revista VEJA
Ricardo Setti (*)
O depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), à CPI do Cachoeira surpreende por dois fatos:
1. O caráter morno dos questionamentos de parlamentares adversários dos tucanos, inclusive o relator petista, o deputado Odair Cunha (PE).
2. A espantosa decisão do governador de, mesmo tendo tido uma oportunidade de ouro, não querer se alongar sobre seu encontro com Lula, em 2005, durante o qual teria advertido o então presidente sobre a existência do mensalão — um sistema de corrupção destinado a obter apoios ao governo entre deputados mediante pagamento em dinheiro.
Apertado pelo deputado governista Felipe Pereira (PSC-RJ) sobre se não fora avisado a respeito de corrupção em seu próprio governo, Perillo mencionou o mensalão em poucas palavras:
- Uma deputada foi ao meu gabinete e me contou. Em uma das visitas que fez ao Estado de Goiás, tomei a iniciativa no sentido de avisar o senhor presidente.
“Águas passadas” coisíssima nenhuma!
O deputado governista ainda, provavelmente sem querer, até ajudou, ao insistir, mas o governador não quis falar do assunto, dizendo que “o foco desta CPI não é o mensalão e acrescentando:
– O foco é outro. E não vou, em hipótese alguma, tratar desse assunto numa sessão como essa. Isso são águas passadas.
NÃO!
Não são águas passadas, coisíssima nenhuma! São águas tão “passadas” que os mensaleiros irão a julgamento pelo Supremo Tribunal “deste país” em agosto.
A atitude de Perillo é incompreensível. Suas declarações, no âmbito de uma CPI de repercussão nacional, reavivariam fortemente a memória do escândalo do mensalão e poderiam esclarecer, no mínimo, a omissão do deus supremo do lulalato diante da bandalheira denunciada pelo Ministério Público.
Perillo continua tendo que explicar suas relações com o malfeitor Carlinhos Cachoeira. A partir de agora, precisará, também, explicar seu silêncio sobre algo tão relevante. Será que quis proteger Lula?
“Neste país”, tudo é possível.
(*) Jornalista e colunista da Revista VEJA
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