Antenor Pereira Giovannini (*)

Óbvio que não há como comparar Valência com Santarém, longe disso.
Apenas ressaltar de como é possível agrupar em torno de um porto tudo que dele se pode extrair, inclusive o turismo.
Como sabemos, aqui já houve movimentos até para derrubada do porto sob os mais absurdos argumentos, inclusive que atrapalhava a visão do pôr do sol.
Como na cidade não existe um zoneamento, não há como exigir que lá fosse tão somente uma zona portuária e com isso há uma mistura de um pouco de tudo, residencial, comercial, de armazéns, descaracterizando sua finalidade principal e em conseqüência gerando problemas, que fazem com que os contrários ou ecos-chatos de plantão exijam sua retirada, demolição etc.
Ao transmitir o prêmio de Fórmula 1, a televisão nos mostra de forma até panorâmica essa divisão de áreas no porto de Valência, alias um dos mais importantes da Espanha, dando absoluta condição de convivência pacifica e transparente entre todos.
De um lado se observa prédios antigos e modernos dando mostras que sejam residências, do outro a área turística onde ficam os barcos dos ricaços próximos com áreas de lazer (praias, restaurantes/bares/etc.) e em torno disso a área portuária com os armazéns, os enormes guindastes para carregamentos dos navios, e os próprios navios, todos em um mesmo espaço, sendo que a corrida é realizada em circuito de rua e traz uma infinidade de turístas.
Ou seja, quando existe vontade, planejamento, foco e principalmente diretrizes tudo é possível ser concentrando num lugar sem essa boçalidade de se perder uma das ferramentas mais importantes da economia mundial que é um porto.
O porto de Valência movimenta mais de 60 milhões de toneladas ano e que o faz de extrema importância logística e comercial para Espanha e Europa como um todo.
E falando em turismo a cidade de Valência vista tão somente como industrial a partir de 1990 ampliou suas questões culturais e turísticas restaurando monumentos antigos como as Torres medievais de Serrano e Quart Towers bem como revitalizou o Mosteiro de São Miguel dos Reis .
Possui um grande número de centros de convenções i, como a Feira de Valência (Feria de Valencia), o Palácio Conference (Palau de Congressos) e vários hotéis 5 estrelas.
Por essa e por outras que fica-se indignado que temos um porto na porta e não sabemos extrair dele fonte de renda e de empregos, e ainda se aceita a idéia de que precisa ser transferido, demolido e outras paranóias advindas de ecos-chatos de plantão.
Certamente com trabalho focado à exportação do que temos e podemos produzir de melhor auferiríamos uma gama de oportunidades gerando impostos que alavancariam a economia local e regional.
Um exemplo não explorado por pura falta de vontade: Frutas e Flores tropicais.
Com um zoneamento agrícola adequado poderíamos produzir uma centena de tipos de frutas e flores tropicais que bem encaminhado através de uma empresa industrial que explorasse a polpa, o suco e essências para todo tipo de ramos (farmacêutico/estética/limpeza em geral) e mesmo flores que poderiam ser exportados para todo mundo .
Isso ao final certamente traria renda e emprego para uma cidade que hoje vive de esmolas do governo federal e estadual até mesmo para asfaltar uma rua por falta de captação de renda própria.
Isso é querer ter um porto. Isso é saber usar e explorar uma área portuária porém por aqui temos o único porto no mundo, descartável porque ele atrapalha o pôr do sol.
(*) Aposentado e morador em Santarém (PA)
Voce tem razão é um abandono só. Falta vontade politica na nossa região .
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