Valdivia já pensa em ficar. Bicho dobrado no Palmeiras. Diretoria gremista sonha com Felipão em 2013. Kléber deprimido. Consequências do jogo do ódio: Grêmio e Palmeiras
Cosme Rímoli (*)
E a postura insistente da diretoria para que fique no clube mexeu com o jogador.
Ele ainda está traumatizado com o sequestro-relâmpago e com a tentativa de estupro que sua mulher sofreu.
Mas as coisas começaram a mudar ontem.
O bandido foi preso ontem, o que já lhe trouxe muito alívio.
Com direito a choro convulsivo, de acordo com pessoas ligadas ao presidente Arnaldo Tirone.
Depois vieram a demonstração de amizade dos jogadores e de Felipão.
O chileno mantinha uma relação distante, um tanto prepotente em relação ao time e ao técnico.
Não esperava essa demonstração de apreço, de amizade.
Ele havia pedido a rescisão de contrato do clube para César Sampaio.
A situação deveria ser definida com uma reunião amanhã.
Mas conselheiros garantem que algo mudou.
E que Valdivia já está disposto a rever essa posição.
Principalmente, não voltar ao Oriente Médio, que sinaliza com duas propostas pelo meia.
O problema ainda é a sua mulher e filhos.
Não mais Valdivia.
O Palmeiras oferece segurança fixa à família do jogador enquanto ele ficar em São Paulo. Além disso, Felipão ganhou pontos importantíssimos com os dirigentes.
Foi a sua grande vitória desde que assumiu o time em julho de 2010.
Perto de completar dois anos, ele não conseguiu levar a equipe sequer a uma final de campeonato.
O treinador já avisou que não continuará em 2013.
Mas em vez de uma saída melancólica, pode deixar como herança uma vaga na Libertadores.
A maneira com que desmontou taticamente o time de Luxemburgo foi brilhante.
Tirando Cicinho do time, improvisando Henrique como volante e, muitas vezes, terceiro zagueiro, travou o Grêmio.
E, principalmente, quem os dirigentes tanto queriam ver humilhado: Kléber.
Só que antes deles, o próprio Felipão tramou as teias que o prenderam.
O atacante do Grêmio é odiado pelo técnico por ter desafiado o seu comando do grupo.
E pelos dirigentes com suas insubordinações.
Havia um medo enorme de Tirone que Kléber decidisse o jogo para o Grêmio.
Mas Felipão tratou disso muito bem.
E ainda venceu o jogo graças a um atleta em quem precisa acreditar mais: Mazinho.
Ele desestabilizou a defesa gaúcha.
E o oportunista Barcos também se reabilitou com o importantíssimo segundo gol.
O resultado também mexeu com as alas conservadora e progressista que apoiam Tirone.
Representantes de Mustafá Contursi e Belluzzi vibraram com a derrota de Luxemburgo.
Os ex-presidentes não toleram o treinador gremista e parabenizaram a atual diretoria pela vitória.
Nada está definido em relação à decisão, mas o Palmeiras vive uma rara manhã de felicidade depois de anos.
A ponto de Tirone decidir pagar premiação dobrada depois da vitória de ontem.
Frio, Felipão já avisou que quer antecipar a concentração para a partida decisiva de quarta-feira em Barueri.
Não quer perder a chance de chegar à final da Copa do Brasil de jeito nenhum.
Do lado gremista, profunda decepção.
A começar pelo presidente Paulo Odone.
Ele havia ficado eufórico com a contratação de Vanderlei Luxemburgo.
A ponto de lhe dar uma missão: a obrigação de levar o time para a Libertadores de 2013.
O clube está se despedindo do estádio Olímpico e construindo sua moderna arena.
E quer começar 2013 com o pé direito, com um excelente time para ganhar a Libertadores logo de cara.
Tanto que Zé Roberto e Fábio Aurélio estão pensando mais na próxima temporada do que agora.
Vanderlei esfregou as mãos e disse ser um especialista em projetos.
Primeiro iria ganhar o Gaúcho para ficar com moral com a diretoria e torcida.
Não chegou sequer à final.
Primeiro fracasso.
Depois disse que a Copa do Brasil era o caminho mais curto e fácil.
Como gosta de dizer: 'antecipar etapas'.
Pois bem, ganhou vários jogos sem importância, de adversários sem peso.
Posava de invencível.
Batia no peito dizendo que nunca havia perdido no estádio Olímpico com o Grêmio.
Diante do Palmeiras, clube que o enxotou na sua última passagem, seria 'molezinha'.
Time limitado, implodido pelo caso Valdivia, e com Felipão em clima de despedida.
Seria ideal para abrir grande vantagem de gols em casa e fazer a festa em Barueri.
Ainda mais colocando em campo Kléber, com raiva de tudo e de todos, querendo vingança.
Luxemburgo caiu na armadilha da sua velha arrogância.
Não previu que Scolari travaria o seu meio de campo e deixaria Kléber isolado, sem receber bolas.
Tomou o que gostava de dizer que aplicava nos adversários: um 'nó tático'.
Diante de 45 mil pessoas e uma diretoria frustrada, irritada.
A primeira reação com a derrota foi reaviver o velho sonho de levar de volta Felipão em 2013.
Ele sim tem laços profundos de vitórias e conquistas com o time gaúcho.
Não Luxemburgo que troca de clubes como de camisa.
Assim como aconteceu nos últimos times por onde passou, sua aura está se desmanchando rápido.
Desiludiu Santos, Atlético Mineiro e Flamengo.
Os gremistas estão indo pelo mesmo caminho.
O treinador que impressionou o Brasil não existe mais, ficou no passado.
O atual acumula fracassos e multas rescisórias.
Até Edmundo que processa Luxemburgo, tirou sua casquinha.
No Twitter mostrou o ódio que nutre pelo técnico.
Outro derrotado foi Kléber.
Sua sonhada vingança contra Felipão e o clube que o desprezaram não aconteceu.
Completamente sem ritmo, lento, travado taticamente, nada fez de útil.
Teve uma atuação patética.
E que deu razão a aliados de Scolari.
O treinador garantiu que ele desaparece em jogos decisivos.
Foi o que aconteceu ontem.
Enorme decepção para torcida e dirigentes, que bancam R$ 500 mil de salários.
Kléber deixou o estádio deprimido.
Esses foram os efeitos colaterais do primeiro confronto entre Grêmio e Palmeiras.
Os 2 a 0 do time de Felipão são uma boa vantagem, mas não decidiram ainda a guerra.
Mas botaram fogo no Parque Antártica e no Olímpico.
Derreteram muitas mentiras e ajudaram a derrubar algumas máscaras.
Quarta-feira tem mais...
(*) Jornalista esportivo . Ganhou o premio ACEESP por seis vezes como melhor repórter esportivo entre jornais e revistas de São Paulo. Trabalhou 22 anos no Jornal da Tarde. Seu blog na UOL comerçou em 2009.
Cosme Rímoli (*)
O primeiro confronto pela semifinal da Copa do Brasil, marcado pelo ódio, deixou várias marcas.
Tanto no Olímpico como no Palestra Itália.
Primeiro em relação à delicada situação de Valdivia.
O clima de alegria depois dos 2 a 0 e a reação dos jogadores oferecendo a vitória a ele.
A solidariedade de Luiz Felipe Scolari. E a postura insistente da diretoria para que fique no clube mexeu com o jogador.
Ele ainda está traumatizado com o sequestro-relâmpago e com a tentativa de estupro que sua mulher sofreu.
Mas as coisas começaram a mudar ontem.
O bandido foi preso ontem, o que já lhe trouxe muito alívio.
Com direito a choro convulsivo, de acordo com pessoas ligadas ao presidente Arnaldo Tirone.
Depois vieram a demonstração de amizade dos jogadores e de Felipão.
O chileno mantinha uma relação distante, um tanto prepotente em relação ao time e ao técnico.
Não esperava essa demonstração de apreço, de amizade.
Ele havia pedido a rescisão de contrato do clube para César Sampaio.
A situação deveria ser definida com uma reunião amanhã.
Mas conselheiros garantem que algo mudou.
E que Valdivia já está disposto a rever essa posição.
Principalmente, não voltar ao Oriente Médio, que sinaliza com duas propostas pelo meia.
O problema ainda é a sua mulher e filhos.
Não mais Valdivia.
O Palmeiras oferece segurança fixa à família do jogador enquanto ele ficar em São Paulo. Além disso, Felipão ganhou pontos importantíssimos com os dirigentes.
Foi a sua grande vitória desde que assumiu o time em julho de 2010.
Perto de completar dois anos, ele não conseguiu levar a equipe sequer a uma final de campeonato.
O treinador já avisou que não continuará em 2013.
Mas em vez de uma saída melancólica, pode deixar como herança uma vaga na Libertadores.
A maneira com que desmontou taticamente o time de Luxemburgo foi brilhante.
Tirando Cicinho do time, improvisando Henrique como volante e, muitas vezes, terceiro zagueiro, travou o Grêmio.
E, principalmente, quem os dirigentes tanto queriam ver humilhado: Kléber.
Só que antes deles, o próprio Felipão tramou as teias que o prenderam.
O atacante do Grêmio é odiado pelo técnico por ter desafiado o seu comando do grupo.
E pelos dirigentes com suas insubordinações.
Havia um medo enorme de Tirone que Kléber decidisse o jogo para o Grêmio.
Mas Felipão tratou disso muito bem.
E ainda venceu o jogo graças a um atleta em quem precisa acreditar mais: Mazinho.
Ele desestabilizou a defesa gaúcha.
E o oportunista Barcos também se reabilitou com o importantíssimo segundo gol.
O resultado também mexeu com as alas conservadora e progressista que apoiam Tirone.
Representantes de Mustafá Contursi e Belluzzi vibraram com a derrota de Luxemburgo.
Os ex-presidentes não toleram o treinador gremista e parabenizaram a atual diretoria pela vitória.
Nada está definido em relação à decisão, mas o Palmeiras vive uma rara manhã de felicidade depois de anos.
A ponto de Tirone decidir pagar premiação dobrada depois da vitória de ontem.
Frio, Felipão já avisou que quer antecipar a concentração para a partida decisiva de quarta-feira em Barueri.
Não quer perder a chance de chegar à final da Copa do Brasil de jeito nenhum.
Do lado gremista, profunda decepção.
A começar pelo presidente Paulo Odone.
Ele havia ficado eufórico com a contratação de Vanderlei Luxemburgo.
A ponto de lhe dar uma missão: a obrigação de levar o time para a Libertadores de 2013.
O clube está se despedindo do estádio Olímpico e construindo sua moderna arena.
E quer começar 2013 com o pé direito, com um excelente time para ganhar a Libertadores logo de cara.
Tanto que Zé Roberto e Fábio Aurélio estão pensando mais na próxima temporada do que agora.
Vanderlei esfregou as mãos e disse ser um especialista em projetos.
Primeiro iria ganhar o Gaúcho para ficar com moral com a diretoria e torcida.
Não chegou sequer à final.
Primeiro fracasso.
Depois disse que a Copa do Brasil era o caminho mais curto e fácil.
Como gosta de dizer: 'antecipar etapas'.
Pois bem, ganhou vários jogos sem importância, de adversários sem peso.
Posava de invencível.
Batia no peito dizendo que nunca havia perdido no estádio Olímpico com o Grêmio.
Diante do Palmeiras, clube que o enxotou na sua última passagem, seria 'molezinha'.
Time limitado, implodido pelo caso Valdivia, e com Felipão em clima de despedida.
Seria ideal para abrir grande vantagem de gols em casa e fazer a festa em Barueri.
Ainda mais colocando em campo Kléber, com raiva de tudo e de todos, querendo vingança.
Luxemburgo caiu na armadilha da sua velha arrogância.
Não previu que Scolari travaria o seu meio de campo e deixaria Kléber isolado, sem receber bolas.
Tomou o que gostava de dizer que aplicava nos adversários: um 'nó tático'.
Diante de 45 mil pessoas e uma diretoria frustrada, irritada.
A primeira reação com a derrota foi reaviver o velho sonho de levar de volta Felipão em 2013.
Ele sim tem laços profundos de vitórias e conquistas com o time gaúcho.
Não Luxemburgo que troca de clubes como de camisa.
Assim como aconteceu nos últimos times por onde passou, sua aura está se desmanchando rápido.
Desiludiu Santos, Atlético Mineiro e Flamengo.
Os gremistas estão indo pelo mesmo caminho.
O treinador que impressionou o Brasil não existe mais, ficou no passado.
O atual acumula fracassos e multas rescisórias.
Até Edmundo que processa Luxemburgo, tirou sua casquinha.
No Twitter mostrou o ódio que nutre pelo técnico.
Outro derrotado foi Kléber.
Sua sonhada vingança contra Felipão e o clube que o desprezaram não aconteceu.
Completamente sem ritmo, lento, travado taticamente, nada fez de útil.
Teve uma atuação patética.
E que deu razão a aliados de Scolari.
O treinador garantiu que ele desaparece em jogos decisivos.
Foi o que aconteceu ontem.
Enorme decepção para torcida e dirigentes, que bancam R$ 500 mil de salários.
Kléber deixou o estádio deprimido.
Esses foram os efeitos colaterais do primeiro confronto entre Grêmio e Palmeiras.
Os 2 a 0 do time de Felipão são uma boa vantagem, mas não decidiram ainda a guerra.
Mas botaram fogo no Parque Antártica e no Olímpico.
Derreteram muitas mentiras e ajudaram a derrubar algumas máscaras.
Quarta-feira tem mais...
(*) Jornalista esportivo . Ganhou o premio ACEESP por seis vezes como melhor repórter esportivo entre jornais e revistas de São Paulo. Trabalhou 22 anos no Jornal da Tarde. Seu blog na UOL comerçou em 2009.
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