Jamil Chade (*)
A renda do futebol brasileiro cresce a uma taxa tres vezes superior ao da Europa e o campeonato nacional já é a sexta liga mais rica do mundo, além de ser a maior fora do Velho Continente. Os dados estão sendo divulgados pela consultoria Deloitte que, apesar de apontar para os avanços, alerta que clubes brasileiros terão a partir de agora de passar reformas em seus modelos econômicos se quiserem continuar evoluindo.
Segundo o informe anual da empresa, o Brasil é apenas superado pela Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França. Antes do final da década, o Brasil poderia até mesmo entrar no grupo de elite das cinco maiores ligas do mundo.
A expansão da renda no Brasil seria um produto direto da situação econômica do País, com aumento do PIB nos últimos dez anos. O Campeonato Brasileiro da Série A não ficou de fora dessa expansão.
Em 2012, a renda do torneio chegou a R$ 2,4 bilhões, cerca de 880 milhões de euros. Mas o que mais impressiona os economistas é o crescimento por ano, desde 2007, muito superior às taxas do futebol europeu. Em cinco anos, a renda do Campeonato Brasileiro triplicou. Na Europa, o aumento foi de apenas 35%.
Parte significativa desse aumento foi o aumento em mais de quatro vezes nos contratos de transmissão de TV, passando de R$ 273 milhões em 2007 para R$ 1,1 bilhão. Em dois anos consecutivos, a expansão no preço pago pelas televisões foi de 50%.
A renda com marketing também cresceu em 19% por ano, com acordos como o do Flamengo com a Adidas, no valor de R$ 38 milhões, e do São Paulo com a Penalty. Acordos de patrocínio nas camisas também chegaram a R$ 30 milhões.
Hoje, a renda do futebol brasileiro está já próximo da Ligue 1, na França, com uma diferença de 250 milhões de euros e que poderia rapidamente ser reduzida nos próximos anos. O Brasil também tem uma renda que é 240 milhões de euros superiores ao futebol russo.
Um dos exemplos usados pelos economistas é o Corinthians que, já em 2011, entrou para o clube dos 40 times com maior renda do mundo em 2011. Com a conquista do Mundial de Clubes, o Corinthians subiu sua renda para 120 milhões de euros.
Desafios –
Se os últimos anos tem visto um aumento exponencial da renda no Brasil, a Deloitte alerta que, para desafiar as grandes ligas mundiais, os clubes do País terão de passar por importantes mudanças.
A maior delas é na renda da bilheteria. Hoje, isso significa apenas 10% da renda dos clubes e a média de público de 13,2 mil por jogo é “decepcionante”. A consultoria espera que as obras para a Copa tragam benefícios aos clubes, já que estádios novos poderiam atrair um público maior, além de clientes vips e um maior esquema de marketing.
Outro aspecto será o de confrontar redes de tevê que exigem que jogos ocorram em horários que não atendem ao torcedor que quer ir ao estádio, tarde da noite e depois da novela.
“Clubes precisam investir em pessoal, sistemas e recursos de marketing para aproveitar ao máximo da oportunidade da Copa do Mundo, sem alienar sua tradicional base de torcedores”, indicou. Para a consultoria, a situação mais robusta dos clubes brasileiros ajudará a manter alguns dos maiores craques no País. O grupo cita os casos Clarence Seedorf, Alexandre Pato e Ronaldinho que já optaram por retornar ao Brasil.
“Desenvolver o futebol brasileiro para desafiar os campeonatos europeus é um grande desafio”, indicou. “Mas muitas das bases já estão sendo colocadas, incluindo uma torcida ampla, uma economia forte, estádios novos e um desempenho comercial melhor”.
Ranking das Ligas mais ricas do mundo
1. Premier – Inglesa: 2,9 bilhões de euros
2. Bundesliga – Alemanha: 1,8 bilhão de euros.
3. La Liga – Espanha: 1,7 bilhão de euros.
4. Serie A – Itália: 1,5 bilhão de euros.
5. La Ligue – França: 1,1 bilhão de euros.
6. Campeonato Brasileiro: 880 milhões de euros
Fonte: Deloitte
(*) Jornalista radicado na Europa
A renda do futebol brasileiro cresce a uma taxa tres vezes superior ao da Europa e o campeonato nacional já é a sexta liga mais rica do mundo, além de ser a maior fora do Velho Continente. Os dados estão sendo divulgados pela consultoria Deloitte que, apesar de apontar para os avanços, alerta que clubes brasileiros terão a partir de agora de passar reformas em seus modelos econômicos se quiserem continuar evoluindo.
Segundo o informe anual da empresa, o Brasil é apenas superado pela Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França. Antes do final da década, o Brasil poderia até mesmo entrar no grupo de elite das cinco maiores ligas do mundo.
A expansão da renda no Brasil seria um produto direto da situação econômica do País, com aumento do PIB nos últimos dez anos. O Campeonato Brasileiro da Série A não ficou de fora dessa expansão.
Em 2012, a renda do torneio chegou a R$ 2,4 bilhões, cerca de 880 milhões de euros. Mas o que mais impressiona os economistas é o crescimento por ano, desde 2007, muito superior às taxas do futebol europeu. Em cinco anos, a renda do Campeonato Brasileiro triplicou. Na Europa, o aumento foi de apenas 35%.
Parte significativa desse aumento foi o aumento em mais de quatro vezes nos contratos de transmissão de TV, passando de R$ 273 milhões em 2007 para R$ 1,1 bilhão. Em dois anos consecutivos, a expansão no preço pago pelas televisões foi de 50%.
A renda com marketing também cresceu em 19% por ano, com acordos como o do Flamengo com a Adidas, no valor de R$ 38 milhões, e do São Paulo com a Penalty. Acordos de patrocínio nas camisas também chegaram a R$ 30 milhões.
Hoje, a renda do futebol brasileiro está já próximo da Ligue 1, na França, com uma diferença de 250 milhões de euros e que poderia rapidamente ser reduzida nos próximos anos. O Brasil também tem uma renda que é 240 milhões de euros superiores ao futebol russo.
Um dos exemplos usados pelos economistas é o Corinthians que, já em 2011, entrou para o clube dos 40 times com maior renda do mundo em 2011. Com a conquista do Mundial de Clubes, o Corinthians subiu sua renda para 120 milhões de euros.
Desafios –
Se os últimos anos tem visto um aumento exponencial da renda no Brasil, a Deloitte alerta que, para desafiar as grandes ligas mundiais, os clubes do País terão de passar por importantes mudanças.
A maior delas é na renda da bilheteria. Hoje, isso significa apenas 10% da renda dos clubes e a média de público de 13,2 mil por jogo é “decepcionante”. A consultoria espera que as obras para a Copa tragam benefícios aos clubes, já que estádios novos poderiam atrair um público maior, além de clientes vips e um maior esquema de marketing.
Outro aspecto será o de confrontar redes de tevê que exigem que jogos ocorram em horários que não atendem ao torcedor que quer ir ao estádio, tarde da noite e depois da novela.
“Clubes precisam investir em pessoal, sistemas e recursos de marketing para aproveitar ao máximo da oportunidade da Copa do Mundo, sem alienar sua tradicional base de torcedores”, indicou. Para a consultoria, a situação mais robusta dos clubes brasileiros ajudará a manter alguns dos maiores craques no País. O grupo cita os casos Clarence Seedorf, Alexandre Pato e Ronaldinho que já optaram por retornar ao Brasil.
“Desenvolver o futebol brasileiro para desafiar os campeonatos europeus é um grande desafio”, indicou. “Mas muitas das bases já estão sendo colocadas, incluindo uma torcida ampla, uma economia forte, estádios novos e um desempenho comercial melhor”.
Ranking das Ligas mais ricas do mundo
1. Premier – Inglesa: 2,9 bilhões de euros
2. Bundesliga – Alemanha: 1,8 bilhão de euros.
3. La Liga – Espanha: 1,7 bilhão de euros.
4. Serie A – Itália: 1,5 bilhão de euros.
5. La Ligue – França: 1,1 bilhão de euros.
6. Campeonato Brasileiro: 880 milhões de euros
Fonte: Deloitte
(*) Jornalista radicado na Europa
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