sábado, 7 de dezembro de 2013

O prefeito zé mané de São Paulo

Haddad decidiu mostrar a jornalistas e turistas estrangeiros uma São Paulo que não existe. Tranquila e sem trânsito. Vai decretar feriado nos seis dias que houver jogos da Copa. Assim é fácil governar… 

Cosme Rímoli (*) 

Costa do Sauípe... 
O prefeito Fernando Haddad era só empolgação aqui na Bahia. 
Estava aliviado porque a Fifa foi complacente. 
Esticou o prazo para a liberação do Itaquerão. 

De dezembro de 2013 para abril de 2014. 
Mas ele prometeu uma grande festa. 
Levará 60 mil pessoas ao estádio. 
Será um teste para impressionar a Fifa. 

O prefeito sabia que havia plano B. 
São Paulo poderia perder a abertura do Mundial para o Rio de Janeiro. 
Seria uma desmoralização política perde a final e o primeiro jogo. 
O prefeito lamentou demais o acidente que matou dois operários. 

Mas insistiu que nunca duvidou que o jogo de abertura seria mantido. 
Sabe que a CBF de Marin trabalhou pela cidade paulista. 
Estavam em jogo também os R$ 820 milhões de dinheiro público no estádio.
Muito sorridente, o prefeito convidava os jornalistas estrangeiros. 

Eles teriam de conhecer a cidade mais rica desenvolvida da América Latina. 
A capital que terá seis partidas da Copa. 

Brasil e Croácia na quinta-feira, dia 12 de junho. 
No dia 19, outra quinta, Uruguai e Inglaterra. 
Holanda e Chile, na segunda-feira, dia 23. 
Coreia e Bélgica, quinta-feira, dia 26. 
Uma das oitavas-de-final, terça, dia 1º de julho. 
E a semifinal no dia 9, em plena quarta-feira, não. 

Não precisará. 
Já é feriado por causa da Revolução de 1932. 
Como o prefeito poderá passar uma boa imagem da cidade? 
Com tanto trânsito, faixa de ônibus... 

Mais de 200 quilômetros de congestionamento? 
A confusão para ir e voltar ao Itaquerão estava garantida. 
Os jornalistas estrangeiros descobririam como é o dia-a-dia do paulistano.

Haddad tomou um caminho muito simples. 

E ao alcance de sua mão. 
Decidiu fazer São Paulo parar. 
A presidente Dilma deixou a cargo de cada prefeito agir nos dias de jogos. 
Ou seja, decretar feriado.

E Haddad decidiu que nos dias de jogos, os paulistas ganharão seis feriados. 
Simples assim. 
Sem ter de inventar motivo algum. 

Futebol basta. 

Há a certeza que São Paulo será elogiado. 
Jornalistas e turistas não deverão ter dificuldades em circular. 
Nada como um feriado... 

Há a garantia que eles terão uma visão falsa, mentirosa e dourada da cidade. 

Assim é fácil governar...

(*) Jornalista e comentarista esportivo 

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