As enchentes na Amazônia são normais, o diluvio tem outras causas
Edilberto Sena (*)

No entanto, neste início de século 21 se repetem as grandes enchentes
causando transtornos como não havia antes. Causas são várias, uma maior que
a outra. O aumento das populações ribeirinhas e preferias de cidades, falta
de urbanização de cidades à beira dos rios, são algumas causas. Mas não se
pode mais ignorar que a forma como estão desagregando o ecossistema da
Amazônia, é uma das principais causas de tantos desiquilíbrios na natureza.
Nos últimos 10 anos, foram 120.000 Km² de floresta derrubadas em Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá. São grandes fazendas de
soja, de gado de dendê e algodão; são dezenas de mineradores escavando as
terras, dragando rios; são 10 grandes hidroelétricas patrocinadas pelo
próprio governo. Com toda essa violência à natureza não se pode achar que
ela não reaja.
Se a enchente deste ano for maior do que a de 2009, o que é possível, já
que ainda se tem um mês e meio de chuvas gerais e torrenciais, não se pode
responsabilizar el niño, la niña, ou até mesmo Deus. A natureza não
provoca, ela reage ao que fazem com ela.
O mais grave desses crimes contra a natureza, é que os criminosos continuam
destruindo o equilíbrio do eco sistema. Aqui se faz aqui se paga e o
inferno é aqui mesmo; infelizmente os culpados estão nos palácios, longe
das enchentes da Amazônia.
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)
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