sexta-feira, 27 de abril de 2012

E ainda querem fazer Copa do Mundo !!!!!

O COL é o caos 

Juca Kfouri (*) 

O clima no órgão que quer fazer a Copa no Brasil é o de quem organiza festa de formatura FESTA PERMANENTE e mentiras para a Fifa. 

Assim se vive nas salas do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo no Brasil, localizadas no sétimo andar de um prédio na Barra da Tijuca, andar que é do Grupo Águia, dos Abrahão de relações privilegiadas com os Havelange/Teixeira. 

Joana Havelange, a diretora-executiva, e Ricardo Trade, o diretor de operações, dois dos cabeças do COL, não se entendem e guerreiam com armas estudantis, num sobe e desce infernal de patotas para fumar e conspirar entre uma e outra rave. 
O resultado é desalentador, é claro. 

Não há como fazer Copa das Confederações nem no Recife, nem em Salvador e nem no Rio se a Fifa mantiver a exigência de só fazê-la em estádios acabados, segundo garantem os especialistas que tentam ficar ao largo da guerra de fofocas, espionagem e maledicências de ambos os lados. 

O amadorismo é de tal ordem que Trade imagina que possa delegar às cidades-sedes tudo aquilo que ele não consegue resolver, numa estrutura que não dá conta de fazer o mínimo e se esquece de orçar uma série de detalhes que adiante serão essenciais, certo de que, na hora agá, uma empresa multinacional patrocinadora da Fifa ou doa tudo ou as prefeituras os providenciam, à custa de mais dinheiro público. 

As divergências são de todas as ordens e a ordem no COL é enganar a Fifa, maquiando os relatórios que mostram os atrasos nas obras. 
A ideia está em o COL ter a exata percepção do andamento das coisas, mas evitar que as informações cheguem à Fifa, para que não haja mais puxões de orelhas -ou pé no traseiro. 

Sim, o COL e a Fifa não se entendem nas mínimas coisas. 

A ponto de o comitê querer fazer o sorteio dos grupos da Copa do Mundo em Salvador, e a Fifa, por temer que a cidade não tenha estrutura para receber um evento que mobiliza um mundaréu de pessoas entre convidados e jornalistas, preferir que seja feito em São Paulo. 

O COL bate o pé e, simploriamente, propõe fazer o sorteio da Copa das Confederações na Pauliceia para manter o da Copa na Boa Terra, como se a questão dependesse de negociação tão primária, o que deixa a Fifa perplexa. 

Mas é que, de fato, a festeira Joana tem razão: a alegre Salvador tem atrações que a sisuda São Paulo não tem como oferecer. 

E, acredite, rara leitora, raríssimo leitor, não se falou aqui de um grêmio estudantil, mas do COL! 

(*) Formado em Ciências Sociais pela USP. Desde 2005, é colunista da Folha de S.Paulo e do UOL é comentarista da ESPN

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