sexta-feira, 6 de abril de 2012

Alimentos orgânicos

Alimentos orgânicos estão mais presentes na mesa do brasileiro 

Ministério do Desenvolvimento Agrário 

As prateleiras dos supermercados e a mesa do brasileiro estão, cada vez mais, cheias de alimentos orgânicos. 

A crescente preocupação com a saúde alimentar tem feito com que produtos livres de aditivos químicos sejam uma boa pedida na hora de montar o prato. 
A nutricionista Meg Schwarcz, há nove anos no Hospital Universitário de Brasília (HUB), afirma que esse tipo de alimento contribui, a longo prazo, para manter uma boa saúde. “Eles livram as pessoas da ingestão de substâncias químicas como pesticidas, que em grande quantidade podem causar gastrite, úlcera e até câncer”, explica. 

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) incentiva a produção agroecológica por meio do fortalecimento das redes e organizações que atuam com agricultura familiar e no incremento à comercialização em supermercados. 
Segundo o consultor da Temática de Orgânicos e Mercados Diferenciados da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), do MDA, Alberto Wanderley, nos últimos três anos, o ministério investiu mais de R$ 39 milhões para impulsionar a produção de cerca de 87,4 mil agricultores familiares envolvidos com agricultura orgânica e agroecológica no Brasil. 

O alimento orgânico tem ganhado mercado por ser produzido de forma natural, sem o uso de pesticidas, herbicidas e adubos sintéticos e por conter maior quantidade de vitaminas e sais minerais. 
Segundo a nutricionista Meg, além de vegetais, os produtos animais, como carnes e ovos, também podem ser considerados orgânicos se produzidos sem aditivos de hormônios e fertilizantes. 

Nas prateleiras da Rede Pão de Açúcar, em Brasília, os orgânicos estão presentes em grande quantidade. 
Segundo o consumidor de produtos orgânicos Paulo Castelo Branco, esse tipo de alimento está na mesa de sua casa há muito tempo. “Minha família inteira consome orgânicos. Nos preocupamos com nossa saúde e sabemos que esses alimentos livres de produtos químicos são melhores”, conta. 
A consumidora Dalva Siade também apóia o consumo de orgânicos, “eles são mais saborosos e saudáveis”, ressalta. 

De acordo com a nutricionista, a única desvantagem do alimento orgânico é o preço. 
“São muito mais caros do que os convencionais, mas prefiro gastar mais e comer algo benéfico, que vai me ajudar a manter uma boa saúde”, afirma a consumidora Neire Paulino. Ela conta que sente falta de mais opções e que os supermercados deveriam aumentar a variedade desse tipo de produtos. “Sinto falta de alguns produtos, como a cenoura, que começou a ser vendida agora, brócolis e as frutas, que quase não encontro”, relata. 

Dentre os programas de incentivo específicos para a agricultura familiar orgânica ou agroecológica do MDA destacam-se o Pronaf Agroecologia e o Pronaf Sustentável. 
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) também está entre as ações do ministério voltadas ao incentivo à produção de alimentos orgânicos. 

Por meio do PAA, o MDA oferece vantagens aos agricultores familiares que usam o sistema de produção agroecológica ou orgânica. 
O preço pago pelo produto orgânico é 30% maior do que o valor pago aos produtos convencionais. 

A Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares, Extrativistas, Pescadores e Vazanteiros (Coopcerrado) é um exemplo do aumento considerável da produção de alimentos orgânicos. 
A Coopcerrado existe há 12 anos e trabalha com vários produtos orgânicos do cerrado como o baru, um tipo de castanha, e a pava dantas, uma planta medicinal. 
Em 2011 sua produção foi de 250 a 300 toneladas de frutos que vão para a alimentação escolar por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e PAA. 

A cooperativa fornece desde os chamados cookies, granola, 100 sabores de barras de cereais, até melancia, milho verde e abóbora.
De acordo com a coordenadora técnica, Alessandra Karla da Silva, em 2011 a Coopcerrado alcançou a marca de R$ 2,8 milhões com a venda de seus produtos. “Para este ano, a meta é dobrar esse número global. Hoje atendemos Brasília, Goiânia e o entorno de Goiás e o Distrito Federal. Queremos expandir para São Paulo e outras cidades que têm demonstrado interesse em nossos produtos”, afirma. 

No início, a Coopcerrado tinha 62 famílias de assentados, extrativistas, pescadores e vazanteiros. Hoje, são 1,6 mil famílias em 45 municípios e três estados. Segundo Alessandra, atualmente a cooperativa está desenvolvendo novos produtos para a alimentação escolar, que deverão ser lançados ainda este ano. 

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