quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Happy End do Fantasma

Do Blog Sanatório da Notícia

Fantasma que anda
Era uma vez... O Fantasma. A bem da verdade, o avesso do Fantasma. Ele é o Espírito que Anda. É assim chamado porque já foi visto circulando livre, leve e solto pela Esplanada dos Mistérios, sua caverna preferida, em nada menos de três governos, um atrás do outro.

Quando foi criado, há mil anos, ainda no tempo em que os brizolas falavam, ele habitava uma banca de jornais e de revistas em quadrinhos.

Ao descobrir o mundo da política, dedicou-se a praticar malfeitos. Virou uma espécie de comandante da Patrulha da Selva de Pedra, um bando de pigmeus que o ajuda em suas missões impossíveis.

O Fantasma não é um super-herói com superpoderes, ele apenas tem grande porte físico e uma enorme destreza para escapar de balas de festim.

Na Esplanada, onde circula com seus nanicos temidos por suas ligações com organizações não-governamentais que só vivem disso e só pensam naquilo, ele é conhecido hoje como O Caminheiro, O Espírito-que-Caminha.

O Fantasma é assim chamado por ter sido flagrado com a mão na massa e porque foi capaz de durante muito tempo ser um malfeitor na Esplanada, enquanto era assessor de vereadores numa cidade maravilhosa, a 1200 quilômetros de distância e, ao mesmo tempo, funcionário de uma facção partidária, na Grande Casa de Tolerância Nacional.

Fantasma da òpera
O Fantasma é o senhor dos anéis da banda bandalha de defenestráveis que só aparecem para cometer malfeitos e assombrações. Tem, inclusive, dois anéis, um com a marca do bem, que aplica nas ONGs que quer proteger, e o outro com a famosa marca da caveira que fica cravada nos homens de boa fé em quem aplica potentes golpes.

Nessa ridícula e histriônica versão moderna o Fantasma foi criado por um caudilho com sobrancelhas de largo espectro que o deixou de herança para um metalúrgico bem-sucedido que não desencarna e virou palestrante, hoje sem o dom da palavra, mas podre de rico que, por sua vez, o deixou como espólio para a criatura que troca vassouras
voadoras por espanadores inofensivos.

É justamente ela, antiga guerrilheira, heroína idealizada nos anos de chumbo, que sustenta essa versão brasileira do Fantasma que deu samba na Esplanada dos Mistérios por onde anda vagueando à paisana, sem a necessidade da companhia de seu cachorro Capeto e de seu cavalo, o Herói.

O Fantasma da Esplanada dos Ministérios
Anda por aí, viajando de carona em jatinhos de lobistas e ongueiros, como um homem comum, usando gravata quase sempre, mas às vezes apenas uma camisa larga e resistente o suficiente para servir como blindagem para as balas perdidas que ainda há quem gaste com ele.

Há coisa de uma semana, o Espírito que Anda declarou seu amor à criatura que manda no País das Maravilhas. Pelo visto ela acreditou. E correspondeu. Serão felizes para sempre. Só para que a história rocambolesca tenha o tradicional Happy End.

Qual dos três fantasmas você tem mais medo?

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