Antenor Pereira Giovannini (*)
Nesta semana Santarém foi palco de uma nova tragédia no trânsito.
Um microônibus da empresa Vitória, que fazia a linha Prainha-Santana atropelou três pessoas no cruzamento das Avenidas Rui Barbosa e São Sebastião. O veículo só parou ao bater no muro de uma residência.
Duas vítimas, Gleiciane Barbosa Vieira de 29 anos e Aparecida Oliveira Coelho de 57 morreram no local. Os corpos só foram retirados debaixo do microônibus quase duas horas depois do acidente. A terceira vítima Maria Conceição Carvalho de Almeida, 56 anos, foi levada com vida para o Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos e também veio a óbito.
O motorista do veículo foi preso, mas, foi solto mediante pagamento de fiança.
Nessa hora aparecem as desculpas e tentativas de justificativas que nada confortam as famílias e os amigos que perderam seus entes queridos de forma absurda e inconseqüente.
Mais uma vez há uma clara demonstração do despreparo de nossas autoridades para coibir que tais fatos continuem acontecendo. Nessa semana foi ônibus, nas semanas anteriores mortes no trânsito seja por acidentes com motos, ou em cruzamentos com sinalização precária.
Até quando irá essa falta de compromisso com a população?
No caso desse acidente já rabiscamos em outro blog que deveriam ser processadas várias pessoas que diretamente ou indiretamente contribuíram para essa tragédia.
- o motorista não pode ser eximido mesmo que o problema tenha sido mecânico, porque como profissional do volante ele sabe e deve conhecer as condições do veículo que ele está dirigindo. Ao pegar no volante ele assume a responsabilidade e tem que saber obrigatoriamente das condições do veículo que ele está assumindo e por isso mais atenção, principalmente quando se observa a olho nu que se trata de um veículo sucateado.
- o responsável pela empresa que diante da ganância não importa em fazer rodar um veículo em péssimas condições de trafegabilidade, ainda mais com a responsabilidade de levar vásrios passageiros.
- a equipe da prefeitura que assinou o alvará de liberação de um veículo com chapa do Rio de Janeiro e com toda demonstração da sua falta de condições em servir a população.
- e por último, o próprio Secretário de Transportes, pela sua responsabilidade sobre tudo que ocorre no trânsito bem como a extensão dessa tragédia. Como todo responsável por um setor seja público ou privado tem por obrigação zelar pelas responsabilidades de seus comandados. A imperícia, falta de preparo, falta de fiscalização recai sobre a chefia maior.
Sabe-se que isso nada acontece. Tornam-se apenas mais um trágico número estatístico onde os parentes e amigos carregam pelo resto da vida a dor da saudade além da dor pela impunidade.
No nosso trânsito se quiser e se tiver vontade em fazer algo de concreto, basta andar pelas ruas, ou ficar numa das esquinas de maior movimento da cidade e observar para se ter a dimensão da irresponsabilidade que nosso transito se encontra e que se medidas drásticas, severas, punitivas não foram realizadas de imediato, lamentavelmente, outras tragédias como essa que ocorreu nessa semana , tendem a acontecer.
(*) Aposentado, agora comerciante, e morador em Santarém (PA)
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