Jornal da Tarde/SP
Bastaram as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serem divulgadas, ontem, para que surgissem candidatos indignados. A reclamação é de incoerências entre as notas e número de acertos e a falta de transparência do modelo de correção da prova, a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Depois das reclamações, o Ministério da Educação (MEC) divulgou as notas máximas e mínimas em cada área no exame.
A tabela serve de parâmetro para o candidato saber se foi bem ou mal. Como a TRI não tem um limite inferior ou superior padrão entre as áreas de conhecimento, as proficiências dos participantes não variam entre zero e mil (veja tabela). Os valores máximos e mínimos dependem das características dos itens selecionados.
“Eu gabaritei em matemática e ciências da natureza, mas, na nota final, obtive pontos diferentes”, reclama o vestibulando de Medicina Matheus Zanatta, de 20 anos. Quando ele conferiu a quantidade de acertos, achou que havia se saído bem. Mas a surpresa veio com as notas, que não seguiram a mesma tendência.
A mesma coisa aconteceu com o vestibulando de Direito Lucas Richter, de 19 anos. De acordo com o gabarito, Lucas teve o mesmo número de acertos em Ciências da Natureza e Linguagens. Foram 27 corretas. Mas as notas variaram 58,3 pontos de uma prova para outra.
“Não sabemos qual a dificuldade das questões, ficamos na mão do MEC”, diz o estudante. Richter decidiu entrar com recurso contra o resultado.
A variação de notas que ainda intriga – e indigna – os estudantes acontece porque a TRI consegue diferenciar o que o candidato sabe ou não e também os “chutes”. Como as questões são divididas em dificuldades, a disposição dos acertos vai determinar a nota.
Sisu
Segundo o MEC, não há uma nota média e as 95 instituições de ensino superior que usarão o Enem no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) usarão o resultado de forma autônoma.
Porém, para fazer as inscrições ao Programa Universidade para Todas (ProUni) é necessário ter tirado pelo menos 400 pontos, na média geral das quatro notas (somando as notas e dividindo o valor por quatro).
Os estudantes que prestaram o Enem poderão concorrer a 108.552 vagas em instituições de ensino pelo Sisu. O número representa um aumento de 30%na oferta de vagas em relação ao primeiro semestre de 2011. O Sisu unifica o preenchimento de vagas em instituições públicas de ensino superior que usam o Enem como vestibular único. Neste ano, a quantidade de instituições participantes também aumentou, de 83para95,nos 26 Estados.
ESCALA DE NOTAS
Ciências humanas 252,6 (mínima) 793,1 (máxima)
Ciências da natureza 265 (mínima) 867,2 (máxima)
Linguagens e códigos 301,2 (mínima) 795,5 (máxima)
Matemática 321,6 (mínima) 953 (máxima)
Redação 0 (mínima) 1.000 (máxima)
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