Meu personagem do ano era, até pouco tempo atrás, apenas um morador de rua: Robson Mendonça. Mas, em 2011, ele deu uma lição de criatividade, conexão tecnológica e responsabilidade comunitária. Aqui, no Brasil, ninguém me chamou tanto a atenção.
Quando morava na rua, Robson adorava ler livros. Decidiu então colocar numa bicicleta uma caixa de livros e criou uma biblioteca ambulante na região de São Paulo. Virou notícia não apenas nacional, mas internacional.
Foi roubado. Sumiu a bicicloteca, que já vinha recebendo milhares de doações de livros. Foi feita então uma caça ao tesouro na cidade, formando uma rede de pistas sobre o paradeiro da bicicloteca. Acharam.
E agora tudo ficou mais interessante. Nesta semana, a bicicleta não só ficou elétrica, mas ganhou um painel solar, que alimenta um computador wireless, criando também um telecentro móvel.
A bicicloteca com painel solar |
Personagens como ele fazem da minha volta a São Paulo, com todo o seu caos, um prazer.
(*) Jornalista integra o Conselho Editorial da Folha de São Paulo. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative).
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