Sem avanços na paz, palestinos ensaiam declarar independência
O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, afirmou neste domingo que os palestinos estão "cansados" do impasse nas negociações por um acordo de paz com o Estado judaico e que planejam pedir o seu reconhecimento, como o Estado independente da Palestina, perante o poderoso Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Erekat afirmou em entrevista à rádio do Exército israelense Galei Tzahal que o atual impasse prova que Israel "não quer uma solução de dois Estados", que prevê a criação de um Estado palestino independente, ao lado de Israel. "Israel continua a ocupação e não está preparado para retornar à mesa das negociações", disse o palestino.
Com a declaração, o negociador reitera a posição da ANP (Autoridade Nacional Palestina) de não voltar a negociar até que Israel interrompa, definitivamente, a construção de colônias em territórios palestinos ocupados durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, se opõe à reivindicação e afirma que constrói só para apoiar o "crescimento natural" das colônias estabelecidas.
Essa radicalização da posição palestina ficou evidente após a visita, na semana passada, da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, à região. Ela provocou revolta ao afirmar que o diálogo deveria ser retomado mesmo sem o congelamento dos assentamentos judaicos, em gesto de apoio à posição israelense que, na visão palestina, simplesmente inviabiliza a solução de dois Estados, tida como ideal.
'Esta situação não pode continuar. Devemos alcançar a solução de dois Estados', afirmou o negociador palestino, antes de confirmar que a ANP do presidente Mahmoud Abbas quer um Estado da Palestina com capital em Jerusalém Oriental.
Em entrevista ao jornal palestino "Al Ayyam", Erekat afirmou que a ANP quer o reconhecimento de um Estado com as fronteiras anteriores ao avanço israelense de 1967.


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