quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Produtos Agroextrativistas


Editorial
Padre Edilberto Sena (*)


Hoje chega notícia interessante para se tirar alguma lição. 
O Governo Federal liberou 10 milhões de reais para a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab – comprar produtos agroextrativistas da Amazônia – babaçu, castanha do Pará, Açaí. Boa notícia para nesses produtos, porém, não fala se a Conab vai comprar também farinha, jerimum, manga e outras frutas da região. Sim, também menciona que a Conab vai comprar borracha e neste caso, uma notícia muito estimulante, o quilo da borracha vai ter um bom preço, R$ 3,50 o quilo. Quem tem seu seringalzinho sem corte porque o preço estava muito baixo, R$ 1,60, vai ter motivo para riscar seringueiras.

Já para outros produtos do agro extrativismo, se a Conab mantiver os preços mínimos não vai comprar quase nada, já que os preços atuais no mercado estão melhores. 
O açaí, diz a notícia, vai ter o preço mínimo de 61 centavos o quilo, enquanto que o preço atual em Santarém está a um real o quilo; a castanha do Pará, terá o preço mínimo de 50 centavos o litro, o que não compensa para o produtor.
Assim que, se a intenção do governo era de melhorar a renda das famílias que cultivam a floresta em pé e dela colhem os frutos, vai ajudar pouco.
Primeiro, porque vários preços ainda estão abaixo do mercado, depois porque não há garantia para a compra de outros produtos agroextrativistas, como os óleos de copaíba e andiroba; a compra de sementes de cumaru. Nem garantiu preço bom para o abacaxi e, além disso, liberou apenas 10 milhões de reais para a compra dos produtos em todos os 09 Estados que compõem a chamada Amazônia Legal.

Se a intenção era apoiar o agro-extrativismo por que não liberou um bilhão de reais, já que para a safra do agronegócio o governo liberou 60 bilhões de reais só neste ano. 
Papai Noel de rico dá carro do ano, o de pobre da brinquedo de plástico. 
Como é cruel esta sociedade!
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural em Santarém


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