terça-feira, 10 de novembro de 2009

País sem memória


Vinte anos depois, Collor canta 'Lula-lá', e petistas e tucanos são inimigos.
No dia 15 de novembro de 1989, o Brasil votou pela primeira vez para presidente da República após o fim da ditadura, numa eleição com mais de 20 candidatos na disputa e rivalidades viscerais que eles não tinham o cuidado de disfarçar.
De lá até hoje, alguns rancores foram mais ou menos superados, novos foram criados, mas nada se compara ao fato de o hoje senador Fernando Collor integrar a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Senado. Collor (ex-PRN, hoje PTB) não apenas apoia Lula (PT) , disse não se lembrar de seus jingles de campanha, mas cantou o de Lula, o "Lula-lá".


(Nota do Blog - Incrivel como nosso País tem uma facilidade enorme de "esquecer". Literalmente somos um País sem memória. Seja para nosso ídolos que bastam sair das manchetes para serem esquecidos, como também figuras como esse senhor que tanto mal fez para Nação e para muitos e muitos brasileiros, principalmente com sua política econômica esdrúxula e visionária , fêz com que muitos perdessem tudo o que levaram anos amealhando, inclusive fazendo com que tantos chegassem a tirar a própria vida diante do desespêro em não poder mexer em suas poupanças. Passados 20 anos, depois de ter seus direitos políticos cassados, esse Senhor, se tornou Senador pelo Estado de Alagoas, por um Partido pequeno e hoje transita pelos corredores cantarolando o jingle de quem era seu maior inimigo, onde farpas foram desferidas por ambos os lados, e hoje sorriem, tiram fotos abraçados como se tudo isso que ocorreu simplesmente se esquece, tal como numa briga de comadres. Onde aquela famosa frase cai como uma luva : "Os fins justificam os meios" . Uma pessoa que certamente deveria ter sido varrida da história do País, como "prêmio" por sua melancólica e triste passagem pelo Palácio do Planalto.
Da mesma forma, seu exemplo mostra o quanto mudamos e "esquecemos" depois desses 20 anos as formas de punições aos parlamentares. Naquela época um Fiat 147, um irmão bravo derrubaram um Presidente e trouxeram à tona todo um esquema de arrecadação de dinheiro e um testa de ferro que acabou morrendo de forma "estranha".
Hoje há mensalões, dinheiro na cueca, um esquema de arrecadação "nunca antes visto nesse País" , 40 pessoas respondendo processos por essa história toda, um ex-deputado que era do círculo e caguetou e ninguém consegue ser punido. Ou seja acharam 40 e nao encontraram o Ali-Babá.
Fazer o quê? Num País sem memória acontece exatamente isso. E na política o esquecimento é maior e mais rápido. Por interesses outros, quem era amigo vira inimigo, e quem era inimigo se torna amigo do peito, irmão-camarada).

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