A seca que atinge o Amazonas desde o início de agosto já prejudicou cerca de 40 mil famílias. Segundo o governo estadual, dos 62 municípios amazonenses, 25 decretaram situação de emergência. Na última sexta-feira (08), a Defesa Civil reconheceu a situação de emergência em 21 deles.
Os municípios em situação de emergência por causa da estiagem são Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Iça, Tabatinga, Tonantins, Caapiranga, Boca do Acre, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Borba, Alvarães, Coari, Fonte Boa, Jutaí, Tefé, Uarin, Beruri, Manacapuru, Itacoatiara, Barreirinha e Parintins.
Segundo informações do governo do Estado, a ação emergencial de ajuda humanitária aos municípios afetados começou esta semana com o envio de seis toneladas de alimentos. O chefe de gabinete da prefeitura de Ipixuna, Anísio Saturnino, disse que o transporte fluvial está comprometido em função da seca dos rios. “Os barcos não podem navegar. O transporte só pode ser feito por canoa. Alguns alimentos começam a faltar”, disse.
Segundo Saturnino, o município (localizado no sudoeste do Estado) aguarda para a tarde de hoje (11) a entrega, pela Defesa Civil do Estado, de cestas básicas, filtros para água e medicamentos. Muitas pessoas estão sofrendo com problemas intestinais provocados pela má qualidade da água.
A geógrafa e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, disse que a seca que atinge o Amazonas é uma condição climática extraordinária decorrente do fenômeno El Niño (aquecimento das águas do Oceano Pacífico), que ocorreu nos últimos meses de 2009 e deixou reflexos em 2010.
“O El Niño de 2009 foi o pior das últimas três décadas e trouxe como consequência as fortes chuvas no Sul e a seca no Norte do país. Sempre quando ocorre um El Niño muito forte existem impactos no ano seguinte”, afirmou.
Segundo Ane Alencar, a forte estiagem se deu em função também da maior frequência das secas no Estado. “Desde 2000, as secas têm sido mais frequentes e mais intensas e a floresta não tem tido tempo de se recuperar”, disse. A temporada de chuvas na Amazônia, de acordo com a pesquisadora do Ipam, deve começar no fim de novembro
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