Antenor Pereira Giovannini (*)
Foi à maneira que encontrei para relembrar como eu e qualquer moleque que jogava bola no final dos anos 50 e principalmente nos anos 60, faziamos quando marcavamos um gol.
Uma imitação simples da comemoração que o gênio do futebol e o maior jogador do mundo fazia em seus gols em quase todos os jogos que disputava
Eu sou da geração Pelé. Tive a honra de conhecê-lo quando tinha 9/10 anos de idade e ele prestes a fazer 17/18 anos , numas férias escolares juntos com meus pais passadas nas praias de Santos, o velho Leontino resolveu me levar para conhecer a Vila Belmiro. Um dia sem treino, eu encantado andando pelas arquibancadas vazias quando vejo meu pai conversando com um senhor que lhe apontou uma porta, e segurando em sua mão observo ele conversar com outro senhor que pede para aguardar e 5 minutos depois, o coração palpita e sem quase poder falar me vejo ao lado de Pelé que educadamente cumprimenta minha mãe e meu pai, dá um sorriso tal qual ele concede a todos que o procuram, tiramos algumas fotos ele meu deu um forte abraço, pediu para que eu estudasse e que fosse ver o próximo jogo do Santos e voltou para o vestiário. Não durou 5 minutos mas foram séculos para esse moleque que sempre adorou futebol. Com certeza, entre as centenas de fotos guardadas nos arquivos de minha mãe existem duas ou três onde todos estamos junto dessa figura que se tornou o maior ídolo brasileiro, dentro e fora dos campos.
Mesmo não me tornando um santista acompanhei toda sua carreira e hoje sentado em frente ao computador entro e saio de sites e rememorando a história desse moço de Três Corações em Minas Gerais e que hoje, 23 de outubro, completa 70 anos.
Interessante que há duas passagens na vida do Pelé onde a imprensa o crivou de censura e critica e passados tantos anos, observamos o que foi dito, apenas se configurou, se tornou realidade e todos que o criticaram devem enfiar a viola no saco
Uma foi quando ele fez o milésimo gol e pediu que os dirigentes olhassem as crianças abandonadas... as crianças cresceram se tornaram trombadinhas, trombadões, bandidos, a grande maioria morreu, e os governantes àqueles da época e outros que os substituíram , continuaram a não fazer absolutamente nada por essas crianças que hoje, apenas fazem aumentar os números e estatísticas dos IBGE da vida.
A outra foi quando disse que o brasileiro não sabia votar. Isso gerou polêmicas e censura grossa de tudo quanto foi lado. A pergunta , depois de ver passar pelos corredores políticos tantos e tantos incompetentes e sanguessugas, ele estava errado ou ele ainda está errado?
Mas, quem viu Pelé em campo viu e certamente sente saudades. Pena que a memória não consiga guardar tudo aquilo que deveria guardar de Edson Arantes do Nascimento – Pelé, haja vista nem filmes, nem VTs, nem sites, nem blogs, nem Youtube, viram o que os olhos viram.
Obrigado Pelé pelos momentos de alegrias, pelos dribles, pelas jogadas, pela sua genialidade que livros, filmes, já contaram e descreveram obrigado pela sua humildade a demonstrar que mesmo vindo de lar simples, de poucos recursos, a fama, o dinheiro, a mulherada, nada disso conseguiu tirar de si o mais valioso presente dado pelo Dondinho e Dona Celeste, que é essa sua áurea iluminada de respeito, carinho, e humildade com os seus semelhantes e me permita com essa barriga, com 62 anos, comemorar o gol de 70 anos de idade, socando o ar! Parabéns Pelé! Parabéns Edson Arantes do Nascimento.
(*) Aposentado, hoje comerciante e morador em Santarém (PA)
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