Folha de São Paulo - Sucursal de Manaus
Por um centímetro o rio Negro, em Manaus (AM), bateu neste domingo o recorde de vazante (descida das águas) desde que a estação de monitoramento do Porto de Manaus foi fundada, em 1902. A menor marca anterior foi registrada em 1963, quando atingiu 13,64 m.
A medição realizada na manhã de hoje marcou 13,63 m.
Barcos afetados pela seca em igarapé que deságua no rio Negro, que bateu o recorde de vazante neste domingo
Para o técnico de monitoramento Valderino Pereira da Silva, um novo recorde não é descartado até o fim do mês já que as águas do rio Negro continuam baixando. O nível do rio desceu seis centímetros entre ontem e hoje.
Com a baixa das águas, o rio Negro revela alto grau de poluição. Acúmulo de lixo é visto nas margens do rio.
A falta de água potável e o isolamento são os maiores problemas para as populações ribeirinhas. Lagos e igarapés, antes navegáveis, estão completamente secos.
No Amazonas, 37 dos 62 municípios decretaram situação de emergência. Uma cidade decretou a calamidade pública. São 66 mil famílias afetadas pela vazante no Estado.
A baixa inédita do rio Negro é consequência de uma estiagem extrema na região central da Amazônia. No oeste do Estado, o rio Solimões atingiu sua maior baixa no dia 11, marcando -86 cm, a mais baixa desde 1982, quando foi criada a estação de monitoramento do Serviço Geológico do Brasil.
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