Mato Grosso teme paralisação da indústria por falta de arroz
A perspectiva da falta de arroz na região do Mato Grosso (MT), na segunda quinzena de novembro, deve acarretar na interrupção do funcionamento de aproximadamente 29 indústrias.
Empresários do estado estão pedindo uma intervenção governamental para sustentar a importação, seja por meio de subsídios ao frete ou mesmo à revisão de alíquotas para entrada do produto no MT.
Por sua vez a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), afirmou que nada pode fazer este ano em relação a isso, já que a sua atuação se dá quando os preços de mercado estão abaixo do mínimo referência.
Para o setor industrial a melhor saída seria a criação de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) no Estado do Rio Grande do Sul, considerado o maior produtor do cereal. Segundo o Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Arroz do Estado (Sindarroz), das 33 indústrias que atuam em Mato Grosso, somente quatro têm estoque para fechar o ano. As demais podem cessar o funcionamento em meados de novembro, a menos que estas também resolvam importar arroz do sul do País.
Por sua vez, a Conab afirmou, ao comentar a falta do produto para o suprimento das indústrias locais, que o mercado é livre e o produtor independe de qualquer ação governamental para colocar seu produto à venda.
Ao ser indagada sobre uma possível ajuda, a estatal comentou que nada pôde fazer este ano, pois a Companhia atua historicamente quando os preços de mercado estão abaixo do mínimo, o que não aconteceu este ano. Para ela, como não houve a necessidade de intervenção por conta dos bons preços pagos ao produtor, o governo federal não formou estoque regulador de arroz para minimizar o problema vivenciado pela indústria nesta entressafra.
De acordo com o Sindarroz, algumas empresas de Mato Grosso já estão trazendo o produto do Sul, e por diversas vezes pagando um preço menor ao mínimo estipulado pelo governo federal, que é de R$ 28,23 por saca de 50 quilos.
O valor cobrado no Rio Grande do Sul é de R$ 25,80, enquanto em Mato Grosso os preços do produto variam de R$ 38 a R$ 40 por saca de 60 quilos na região.
Em Mato Grosso, segundo o Sindarroz, no período da safra muitas indústrias chegaram a trabalhar em três turnos, para absorver a demanda. No entanto, ultimamente elas mantém suas atividades em apenas um turno.
Mato Grosso que já foi o maior produtor de arroz, hoje circula na terceira posição com 742 mil toneladas, ante os 2 milhões da safra 2004/2005
Nota do Blog: Pela proximidade (apesar da estrada) Mato Grosso se torna um abastecedor de Santarém e região. Com essa falta obriga a que os comerciantes locais trabalhem com produtos do Paraná e RS. Tudo faz encarecer, principalmente quando um estado produtor como MT passa a ser comprador. Isso nos traz a lembrança de quando Santarém de importador passou a exportador de arroz onde além da produção, teve oportunidade de ver montadas várias beneficiadoras o que propiciou a que o arroz chegasse a menos de R$ 0,50 kg nas gôndolas dos supermercados. Hoje são apenas lembranças. Graças aos eco-chatos tudo isso foi sendo destruído em função a quase proibição de agricultura mecanizada. Hoje se quiser comer arroz paga-se o preço do importado, que, aliás, pode ficar mais caro. O povão que aplaudiu os ecos-chatos que pague essa conta, quem puder.
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