O Brasil precisa de investimentos de R$ 40 bilhões para atender à demanda de carga ferroviária prevista para os próximos anos, segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Caso contrário, as exportações brasileiras poderão ficar comprometidas, de acordo com o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Fabiano Pompermayer.
Ele também alerta para a necessidade de melhoria nos portos nacionais. "O País pode ter suas exportações comprometidas, caso não sejam implementadas obras ferroviárias.
Para atender a essa demanda serão necessários, no mínimo, investimentos de R$ 40 bilhões e uma extensão de cerca de 10 mil quilômetros em relação à malha atual", disse Pompermayer, ontem, durante a divulgação do estudo Trans porte Ferroviário de Cargas no Brasil: Gargalos e Perspectivas para o Desenvolvimento Econômico e Regional. "Consideramos ainda como desejáveis outros R$ 59,4 bilhões para obras que não estão entre as prioritárias." Entre as prioridades destacadas pelo estudo, boa parte está ligada aos R$ 21 bilhões em investimentos públicos e privados previstos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para expandir a malha dos atuais 28 mil quilômetros para pelo menos 40 mil quilômetros até 2020.
O pesquisador destaca como prioritárias as obras da Ferrovia Norte-Sul, que vai ligar a região Norte à Centro-Oeste, chegando ao estado de São Paulo. Outro estado que, de acordo com o estudo, carece de investimentos é o Paraná. O escoamento da produção de grãos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina esbarra n as falhas no sistema ferroviário da região. De acordo com Pompermayer, é importante ampliar a capacidade do transporte nos dois estados; "e é fundamental que chegue em portos com boa infraestrutura para evitar maiores problemas." Ele aponta os portos do Rio Grande (RS), Paranaguá (PR), Santos (SP) e Itaguaí (RJ) como os que mais carecem de investimentos. "Hoje, o acesso ferroviário para a maioria desses portos já está no limite. A coisa só não estourou ainda porque está se aumentando a fila de navios (aguardando os serviços portuários) e porque parte da produção foi escoada para as rodovias." Ele citou ainda o caso do porto de Itaguaí. "
A ferrovia já chegou ao porto, mas ele ainda não tem estrutura suficiente para dar conta dos grãos que chegam lá para serem exportados", afirma Pompermayer. De acordo com o coordenador de Infraestrutura Econômica, Carlos Campos, o comércio internacional cresceu, em valores, 130% entre 2003 e 2008. Os portos só não estrangularam por conta do investimento privado em novos equipamentos, como contêineres, transtêineres e guindastes para os terminais. "Na verdade, o que foi melhorado foram as operações portuárias. Mas isso tem um limite e ele está próximo de ser alcançado", disse. "O próprio setor privado acha que crescendo 5% em três anos os portos terão problemas."
Nota do blog : Pela maneira acelerada que as obras do PAC e liberações de recursos estão indo fico imaginando que nem a neta da Giovana irá ver alguma coisa disso. Afinal a cabeça do nosso governo federal está voltada para estádios de futebol para sediar a Copa de 2014, melhoria para as Olimpiadas. Isso é importante. Ferrovia, hidrovia, estrutura portuária, pelo amor de Deus ... Deixem prá lá. Não acelerem o que está previsto. Aliás como já se viu nesse País previsto não significa liberado. Melhor do que ninguém sabemos que papel aceita tudo !!!
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