sexta-feira, 28 de maio de 2010

Polegar ou indicador?

Luiz Caversan (*)

O futuro já chegou, e a dúvida agora é uma só: indicador ou polegar?
Como vou falar com o mundo, todo o mundo: com o indicador, o dedo mais exigido pelo manuseio do cobiçado Iphone ou similares touchscreen? Ou com o polegar, "ferramenta" indispensável para o pessoal mais pragmático do BlackBerry e congêneres?
Porque não existe outra maneira de fazer parte dessa imensa e sensacional comunidade, dessa nossa aldeia globalizada em que todos falam ou podem falar com todos o tempo todo, senão por intermédio dos instrumentos móveis de comunicação dos quais Iphones e BlackBerrys são, por enquanto, as expressões máximas.

Olhe agora para o seu lado e você muito provavelmente verá alguém teclando. Na fila, na rua, no bar, na escola, no trabalho, na cozinha, no metrô, na balada, na cama, até em velório vi outro dia um cara de olhos vermelhos ali, tec tec, certamente dando uma má notícia...
Ok, os laptops e os net books também (ainda?) cumprem satisfatoriamente essa função. Mas, o smartphone como prolongamento da mão, da mente e da fala é um caminho sem volta.
Então, que esse caminho seja o mais suave possível, que nossas vidas se enriqueçam e cada vez nos libertemos mais nesse mundo sem fronteiras, e não, ao contrário, nos escravizemos criando/fantasiando/inventando novas necessidades desnecessárias, banalizando e/ou tornando supérflua aquela que é a mais revolucionária forma de comunicação pessoal da história.

Você que está navegando no seu aparelhinho agora, veja aqui, nesta nova Folha.com, por exemplo, a imensidão de possibilidades que a tecnologia coloca literalmente na sua mão, e aproveite: viaje, conheça, saiba, conclua, duvide, interfira, opine, entre, saia, volte a entrar.
Quando me tornei jornalista, 33 anos atrás, as palavras surgiam do chumbo derretido e eram praticamente carimbadas no papel.
Agora, elas fluem exatamente como o pensamento que as gerou.

Muita coisa incrível aconteceu de lá para cá, mas nunca vi tamanha revolução tecnológica em curso, acontecendo agora, na minha frente (na minha mão...). E é fascinante fazer parte dela, seja por meio dos textos que aqui aparecem, seja pela incrível convivência socio-antropológica proporcionada pelo Facebook, seja pelo cri-cri do Twitter, pelo "velho e bom" e-mail, seja pelo Ipad que para mim ainda não chegou, mas já já está por aqui, seja por conta da mais nova e fantástica possibilidade tecnológica que vai pintar logo logo.
Vamos lá, escolha um dedo e fale com sua aldeia --que é virtual, planetária e absolutamente real-- ou cale-se para sempre.

(*) Jornalista, produtor cultural e consultor na área de comunicação corporativa da Folha de São Paulo.

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