Renato Gomes Nery (*)
A imprensa noticiou sistematicamente tempos atrás a respeito da internação do Presidente da República em um hospital de Recife acometido de uma crise de hipertensão. O Presidente, depois disso, se deslocou para São Paulo, onde repousou e prontamente se recuperou. Esperamos que este mal estar tenha sido uma crise passageira e que o Presidente tenha saúde e disposição para terminar o seu mandato.
Vamos, no entanto, divagar na hipótese improvável de que o atual Presidente venha a falecer. O quadro nacional das próximas eleições mudaria completamente. Já pensou o legado do Presidente tido como o mais popular da historia do Brasil nas mãos do PT?
A história do Brasil e da América Latina comprovam que o passado não deixou uma história digna de louvores nestes casos. O Presidente Getúlio Vargas que governou o Brasil por quase 20 anos e se suicidou em 1.954, deixou o legado para o PTB e para seu herdeiro João Goulart. Este Senhor se candidatou a Vice-Presidente da República em 1.955, quando as eleições de presidente e vice eram separadas. Elegeu-se e reelegeu-se em 1.960, tendo se tornado Presidente, logo em seguida, por renúncia do Presidente Jânio Quadros 08 meses depois de ser eleito. A UDN que era contra populismo e não conseguia vencer a barreira do PSD e do PTB, chegou a defender um golpe de Estado para acabar com o populismo e foi a mentora intelectual do golpe de 1.964 que terminou por acabar com a própria UDN e levou o País para um regime de força que perdurou por 20 anos.
A Argentina sofre com o populismo até hoje, pois a atual Presidente e seu marido antecessor pertencem ao Partido Justicialista do condestável Perón que começou a sua trajetória em 1.945 quando o País era próspero e até hoje o seu legado tem uma influência decisiva nos destinos do País que atravessa novamente uma das tantas crises que tem permeado a sua história desde a década de 1.940.
Se o Presidente do Brasil – a quem desejamos vida longa – morresse, iria se instaurar uma comoção nacional e certamente o seu legado levaria os seus seguidores a usar a sua mística e os seus feitos à exaustão. A sua candidata ou outro membro do seu partido empunharia a sua bandeira e dificilmente a oposição conseguiria eleger o próximo Presidente da República e, com certeza mergulharíamos num culto a personalidade com conseqüências nefastas e a história se repetiria e não em forma de farsa, mas de pesadelo.
(*) É advogado em Cuiabá – E-mail – rgnery@terra.com.br
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