Augusto Nunes (*)
Em 2005, quando o escândalo do mensalão implodiu o templo das vestais de araque, os brasileiros descobriram que os sacerdotes do PT, enriqueciam em missas negras que juntavam ecumenicamente cardeais e coroinhas alugados em quaisquer partidos. Passados cinco anos, informa a presente edição da revista VEJA, os velhos gigolôs do monopólio da ética vão além de comprar, alugar ou arrendar. Também são arrendados, alugados ou comprados, como anda ocorrendo no Maranhão.
Como a convenção regional do PT negou-se a ratificar o apoio à reeleição de Roseane Sarney, conforme Lula ordenara, a governadora resolveu apressar as coisas com os métodos aperfeiçoados pela famiglia em 50 anos de vilanias. Vários delegados municipais já receberam de R$ 20 mil a R$ 40 mil para entenderem que o melhor para o Maranhão é a troca da aliança celebrada com o PCdoB, que lançou a candidatura do deputado Flávio Dino, pelo palanque da herdeira do Homem Incomum.
Pela qualidade da mercadoria, o preço parece excessivo. Mas tem cara de fim de feira. Além da bolada, os convertidos ganham um brinde que aplaca remorsos improváveis: a gratidão do chefe supremo, que prometeu ao amigo que chamava de ladrão facilitar as coisas para a filha em apuros. Alguns petistas maranhenses ainda consideram intragável tal parceria. Terão de achá-la saborosa ou mudar de partido.
A gritaria dos milicianos contra a direita reacionária, o capitalismo selvagem e a oligarquia exploradora não rima com a submissão a um clã que é tudo isso e muito mais. Mas sempre prevalece a vontade do cara que está em todas. Em junho de 2005, Lula abençoou a compra de delinquentes aliados. Neste fim de maio, abençoa a venda de companheiros desfrutáveis.
Quando nasceu, há apenas 30 anos, a sigla pretendia ser moderna. Perdeu o viço ainda adolescente, envelheceu antes da idade adulta, perdeu a honra aos 25 anos, perdeu os militantes que sonhavam, virou um bando de milicianos, fez a opção pelo primitivismo e, acanalhada pelo Grande Pastor, hoje é uma seita condenada à morte.
Sempre berrando juras de amor aos ícones da esquerda psicótica, o PT, quem
diria?, agoniza no colo da elite golpista do Maranhão.
(*) Ex Diretor do Jornal do Brasil, do Jornal Gazeta Mercantil e Revista Forbes. Atualmente na Revista Veja
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