Como o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar não recomenda o plantio dessa gramínea nos Estados da Região Norte do País, aumenta o interesse na mandioca para uso como fonte de biocombustível. Além disso, o álcool obtido de mandioca tem qualidade superior ao da cana-de-açúcar e pode ter diversas aplicações nas indústrias de cosméticos, química fina e bebidas.
"Não é uma fonte de matéria-prima que vai substituir a cana-de-açúcar na produção de etanol, mas pode se constituir numa opção para produtores de menor escala e nichos específicos", declarou a pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Silvia Belém, na reunião técnica "Realidades e Perspectivas de Pesquisa e Uso de Etanol de Mandioca", promovida pela Embra pa Mandioca e Fruticultura Tropical, em Cruz das Almas/BA, na última terça-feira (25). Silvia salienta que, embora tecnicamente viável, a produção de etanol de mandioca depende do aumento de produtividade no campo para viabilizar economicamente a utilização dessa matéria-prima.
Há necessidade de mais estudos de sistemas de produção que considerem os consórcios com outras culturas alimentares, para que o preço da matéria-prima seja realmente competitivo. Atualmente, o custo total para a produção de uma tonelada de mandioca é em média de R$ 140,00, sendo que o produto em 2009 foi comercializado no valor máximo de R$ 200,00 a tonelada. Essa opinião é compartilhada pelo pesquisador Cláudio Cabello, do CERAT- Centro de Raízes e Amidos Tropicais - de Botucatu (SP).
Nesse Centro, há uma planta-piloto para produção de álcool, que pode processar mandioca, batata doce ou milho. "O processo industrial já está bem conhecido e nesse aspecto, as pesquisas se concentram na seleção de microrganismos que tenham tolerância a altas concentrações de açúcares e de álcool", diz Cabello.
Entretanto, a maior dificuldade para a operação da planta-piloto é assegurar o suprimento de matéria-prima e essa situação se repete em outras regiões brasileiras, como a Norte e a Nordeste.
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