Embora já esteja saturada em algumas regiões, a cana-de-açúcar avançou em São Paulo e, em somente um ano, passou a ser cultivada em mais 237 mil hectares.
Com o crescimento, a cana passou a ser cultivada em 5,18 milhões de hectares, o que representa 4,75% mais que o cultivado no ano passado, segundo dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento.
Com isso, a expectativa é que a produção paulista atinja 437,5 milhões de toneladas na nova safra, 4,67% mais que na safra anterior. Os dados são referentes a abril.
Com pouco espaço para crescer em regiões tradicionais, como Ribeirão Preto, a cultura se expandiu principalmente sobre áreas de pastagens, mas também atingiu, em menor escala, pomares de laranja de São Paulo, segundo Sérgio Torquato, pesquisador científico e coordenador de cana do IEA.
Segundo ele, a cana está avançando no oeste do Estado, única fronteira que pode ser explorada pela cultura.
Pecuaristas da região estão arrendando as terras para usinas, mantendo o número de cabeças de gado numa área menor de pastagem.
Já os produtores de laranja que tiveram problemas com doenças, como o greening, estão substituindo a cultura.
Apesar do crescimento, ele não será suficiente para suprir a demanda por álcool e açúcar, diz o pesquisador, reflexo da falta de investimentos que deveriam ter sido feitos há dois anos, e suspensos após a crise de 2008.
"Nas últimas safras não houve renovação de canaviais. O setor estava descapitalizado, o que refletiu na safra seguinte." A própria entidade que representa as usinas no Centro-Sul reconhece o deficit de lavouras.
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