Gilberto Dimenstein (*)
Desembarca no Brasil no próximo mês o professor Nitin Nohria, diretor da escola de negócios de Harvard, considerada, em vários rankings, a melhor do mundo. Ele me diz que seu objetivo é simples: quer levar mais talentos brasileiros para estudar em sua escola. E não é por causa da mensalidade, afinal candidatos não faltam. É uma questão de sobrevivência de sua instituição, responsável por formar parte da elite empresarial americana (o detalhamento da conversa esta no www.catracalivre.com.br).
É uma aula sobre a excelência na educação.
Para ele, o Brasil é um dos cinco países mais importantes para quem está preocupado em estudar os negócios --e o recordes de investimentos estrangeiros anunciado nesta semana reforça essa visão. Ficar centrado nos Estados Unidos é, segundo ele, o caminho do obsoletismo.
A força de sua escola está no fato de que tem atraído talentos que, depois, viram empreendedores. Quanto melhor o aluno, diz ele, melhor a escola. "Precisamos caçar os melhores para continuarmos na vanguarda. O que fazemos depois é apenas burilar esses talentos."
A conversa dá uma lição de humildade: sentar no sucesso é o primeiro passo do fracasso. Por melhor que esteja, dá para ser muito melhor.
É uma boa lição para muitos de acadêmicos de universidades públicas que, por não terem muita competição e a verba garantida pelo governo, sentem-se o máximo mesmo na mediocridade.
Lembro que fui muito criticado aqui por que considerei uma vergonha (e não motivo de júbilo) que, apesar da São Francisco, da USP, aparecer em primeiro lugar na lista dos exames da OAB, quase 40% dos seus alunos não foram aprovados.
(*) Jornalista, integra o Conselho Editorial da Folha de São Paulo e reside atualmente nos EUA trabalhando em Harvard.
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