Copa 2014: TCU alerta para superfaturamentos
José Cruz (*)
Quatro anos depois de o Brasil ter sido indicado para a Copa 2014 e a três anos da realização do evento – a proporção do tempo já é desfavorável à organização – o planejamento de setores como segurança, telecomunicações, tecnologias de informação, energia e saúde ainda é um mistério.
O alerta é do Tribunal de Contas da União (TCU), em seu relatório de junho
Previssão de escândalos
Além da falta de cronogramas para esses investimentos, não se sabe quanto custará cada uma dessas etapas.
A gravidade dessa falha do Ministério do Esporte, gestor do Comitê Organizador foi comunicada pelo TCU ao governo.
Pior: o próprio Tribunal já prevê que pode se repetir o escandaloso desmando por ocasião dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. A conta estourada poderá vir parar na mesa do governo federal.
Leiam o alerta do TCU
“O Tribunal entendeu oportuno alertar a Casa Civil da Presidência da República e aos Ministérios do Esporte, da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão sobre:
a. a ausência de definição, até o momento, de qual seria o conjunto de obras consideradas essenciais à realização da Copa do Mundo de 2014, para as quais não se aplicam os limites de autorização de financiamentos a Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme exceção prevista no art. 7º, § 3º, inciso IV, da Resolução do Senado Federal nº 43/2001, com redação dada pela Resolução nº 45/2010;
b. a necessidade de estabelecer critérios objetivos para identificar quais obras devem ser consideradas como obras da Copa do Mundo de 2014, recomendando- -se que esse critério esteja diretamente relacionado à previsão dessas obras na matriz de responsabilidades;
c. o risco de o modelo adotado de concessão e financiamentos a estados e municípios provoque elevação do custo total das obras e outras irregularidades e resulte em possível assunção do ônus pela União, com prejuízo da atuação dos órgãos federais de controle.
Ou seja, o governo não pode ignorar que as ações da Copa estão sem comando.
Sem exagero, repete-se o escândalo do Pan 2007. E, ao contrário das ações da Copa, tudo muito bem planejado. Assim:
a- Atrasam-se as fases preliminares para que o tempo se esgote.
b- Em decorrência, os gestores, no caso o Ministério do Esporte, elimina etapas para cumprir cronogramas.
c- Como os prazos serão menores, os preços aumentarão.
d - E a conta vem parar no governo federal. Ou seja, no nosso bolso.
(*) Jornalista e que cobre há mais de 20 anos os bastidores da política e economia do esporte, acompanhando a execução orçamentária do governo, a produção de leis e o uso de verbas estatais na área esportiva.
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