Commodities salvam superávit brasileiro
A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revisou no dia 20/07, as estimativas de comércio exterior para 2011, com superávit subindo levemente de US$ 26,100 bilhões para US$ 26,260 bilhões.
O presidente da entidade, José Augusto de Castro, explicou que o que salvará o superávit comercial brasileiro este ano será o preço em alta de commodities.
As importações e as exportações este ano devem crescer praticamente na mesma magnitude, respectivamente 20,2% e 21,1% contra 2010.
Mas o cenário nos dois setores não poderia ser mais diferente.
Enquanto as compras externas são impulsionadas pelo dólar fraco, as vendas externas são concentradas em commoditi es, que têm procura forte no mercado internacional. "Se não houvesse esta boa demanda atual por commodities, as exportações brasileiras teriam um cenário diferente", afirmou.
Castro alertou que, este ano, a dependência brasileira das exportações de commodities, que representam 71% do montante exportado, tornou-se cada vez mais visível.
Ele observou que, apesar do aumento previsto para as vendas externas, três commodities devem responder por 35,7% das receitas totais de exportação do Brasil até o final do ano: minério de ferro, complexo soja e petróleo e derivados.
No caso específico do minério, o produto deve responder por US$ 39,036 bilhões da receita, ou 15,96% dos ganhos totais do País com vendas externas este ano.
Para o especialista, é alto o risco de uma ''reprimarização'' da economia brasileira, que pode voltar a se posicionar no mercado internacional apenas como fornecedor de matérias-primas.
"No momento, estamos respondendo à boa demanda por commodities no cenário internacional. Mas o problema é que, se ocorrer algo no cenário externo, se a China reduzir sua demanda, não temos plano B", afirmou o executivo.
A ineficiência das medidas adotadas pelo governo para conter a demanda interna, anunciadas em dezembro do ano passado, também influenciou as revisões das estimativas da AEB.
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