segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Velhas Roseiras

Padre Zézinho (*)

Eu já tive milhares de companheiros e colegas.
Dentre eles, fiz centenas de bons amigos.
Mas nem todas as amizades duraram.

Algumas pareciam sólidas como rochas, mas não resistiram aos tempos e às circunstâncias.
Assim sobraram poucos amigos de infância, pouquíssimos amigos de escola, poucos amigos de adolescência, poucos amigos de juventude!

E pensar que a gente brincava todos os dias, via-se todos os dias e não saia da casa um do outro...

De repente, outros afetos, outros amigos, outros interesses, outro tipo de vida, longos anos de distância e mil preocupações da vida nos afastaram totalmente. Agora não sei onde andam e os que vejo aqui e acolá são amigos de "Bom dia"... Mas nada acontece.
A gente se respeita e se admira, mas a amizade de infância, de juventude não volta.

Mudaram eles ou mudei eu? Ou foi a vida que nos mudou a todos?
Restam algumas amizades fiéis que resistem a tudo...

O que sei é que fiz muitos amigos e não conservei aquelas amizades.
De bons amigos que éramos, somos hoje bons conhecidos que se saúdam de passagem e se respeitam. Às vezes nem isso.

Crescemos e nossa amizade ficou lá no passado.

E eu digo a mim mesmo:
"Feliz o homem que sabe cultivar sua roseira!
Talvez não seja tarde...
Roseiras velhas também produzem rosas lindas e viçosas.
Basta recultivá-las..."

(*) Padre Católico. Escritor, cantor, compositor

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