Ex-presidente do Palmeiras depõe sobre supostas irregularidades, vê perseguição e defende Felipão
Ricardo Perrone (*)
Na última segunda, Mustafá Contursi prestou depoimento na 23ª Delegacia de Polícia em inquérito sobre supostas irregularidades no Palmeiras entre 200 e 2010.
“Não vou entrar em detalhes sobre o que falei lá para não parecer que estou me defendendo do que não precisa de defesa. É um caso de dez anos atrás, mas sempre que começa a se aproximar a eleição no clube alguém tenta usar isso para me atacar por causa de algumas posições que eu tomo”, disse o ex-presidente ao blog.
“Isso começou quando um funcionário foi mandado embora, pediu uma indenização de R$ 4,5 milhões, fez uma série de denúncias vazias e aceitou um acordo para receber R$ 300 mil parcelados. Não tenho que me defender porque minhas contas sempre foram aprovadas”, emendou Mustafá.
O inquérito de 11 volumes investiga suspeitas de desvio de dinheiro, uso de notas fiscais frias e pagamento feito a dirigente por empresário, entre outras acusações envolvendo dirigentes de diferentes gestões, como escrevi aqui na última sexta.
Ao ser indagado pelo blog sobre qual posição tomada por ele pode gerar uma perseguição política, Musafá rasgou o verbo: “Já me posicionei contra a maneira como a atual administração toca o clube. Espero que o Palmeiras se livre deles o quanto antes, se possível antes da próxima eleição [no ano que vem]. Se eles gostam do Palmeiras, devem sair antes. Gastam mais do que podem, antecipam receitas, pagam ricas comissões a empresários, não têm comando. Acontece tudo o que acontecia antes, e não é porque votei neles que não posso ser contra.”
Em meio ao ataque à diretoria comandada por Arnaldo Tirone, Mustafá defende Felipão. “Se não fosse ele, o desastre teria sido maior no ano passado. Ainda bem que existe no clube alguém com a personalidade do Felipe, ele neutraliza as falhas da direção.”
A diretoria palmeirense, por sua vez, nega envolvimento com o inquérito e que use o caso para atacar o ex-presidente. Sobre as críticas à atual administração, o blog telefonou para o presidente Arnaldo Tirone, mas ele não atendeu o celular.
(*) Jornalista e responsável pelas coluna Painel na Folha de São Paulo e do Blog do Perrone para UOL.
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