Empresas vão à caça de jovens talentos
Jornal da Tarde (SPO)
Estão abertas as portas para trabalhar nas grandes empresas. Há pelo menos 14 programas de trainee ou de jovens talentos com inscrições abertas e mais de 600 vagas sendo oferecidas. Mas quem deseja alguma dessas oportunidades precisa estar preparado.
Os processos de seleção envolvem entre cinco e seis etapas que podem durar até três meses. Mas o resultado final é compensador: média salarial entre R$ 3 mil e R$ 5 mil e programas que incluem até vivência internacional.
O programa de trainee é hoje a melhor forma de ingresso de jovens profissionais em grandes empresas, segundo Ismael Rocha, diretor de extensão e operações da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “Quem perder essa oportunidade vai continuar uma carreira paralela e depois, de mais maduro e estruturado, pode ter condições de entrar novamente na empresa em um cargo de gestão. E isso pode demorar até dez anos depois de formado.”
Para aproveitar os programas é preciso estar ciente de que o processo seletivo não é fácil. De acordo com a gerente de projeto da Cia de Talentos, Taís Amaral, a média de inscritos é de 15 mil jovens por programa.
Até ser contratado como trainee, o jovem candidato passa por uma triagem de currículo, testes online, dinâmicas e entrevistas. São avaliados suas competências, capacidade de liderança, relacionamento interpessoal, idiomas, flexibilidade, foco em resultados, entre outros pontos.
“O programa de trainee busca um profissional diferenciado”, pontua a coordenadora de projetos da Foco Talentos, Adriana Roggieri. Segundo ela, as empresas observam a questão comportamental, e optam por um profissional com maturidade, que saiba lidar com gerações diferentes.
Trainees em ação
Bacharel em direito, Rodrigo Gaiardo, de 25 anos, passou pelo processo seletivo da Ernst & Young Terco em 2010 e hoje atua como trainee na área de assessoria para elaboração de declaração de Imposto de Renda de expatriados. Ele dá dicas para quem está de olho em uma vaga na edição deste ano. “É preciso ser dinâmico e estar disposto a enfrentar desafios”, destaca o jovem.
Para o gerente executivo do WTC Business Club São Paulo, Diego Pettinazzi, de 24 anos, que entrou no programa de trainee em 2008, o conselho é doar 100% de energia para a oportunidade. “Superar as barreiras que aparecem não é fácil, mas com transpiração e objetivos traçados o sucesso é alcançado. O programa proporciona ao jovem uma experiência ímpar de crescimento profissional e pessoal”, explica ele.
Outro ponto importante destacado por Ismael Rocha é não se limitar a analisar apenas o valor do salário. “Muitas vezes o salário não é tão sedutor, mas é preciso avaliar o projeto da empresa e as chances de crescimento”, afirma.
Para o diretor ESPM, o candidato não pode ser imediatista e antes de passar pelo processo já questionar quando chegará ao cargo de direção. “Antes disso, há um caminho a ser percorrido.”
A engenheira de produção Patrícia Dietrich passou pelo programa da Volkswagen em 2009. Hoje, ela atua na área de engenharia de manufatura. Desde que visitou a sede da empresa na Alemanha, aos 13 anos, decidiu que iria trabalhar em uma grande montadora.
“Para ter uma oportunidade na companhia, decidi estudar engenharia. Acabei sendo contratada e hoje tenho a chance de atuar em diferentes áreas”, conta ela.
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