domingo, 3 de janeiro de 2010

Tragédia de Angra


Não há como não ficar inerte e perplexo por essa tragédia que se abateu sobre Angra dos Reis no litoral do Rio de Janeiro.
Num segundo centenas de ideais, de sonhos, de alegrias, de esperanças, de vida se transformam em tragédia ceifando a vida de homens, mulheres, crianças, jovens, velhos, sem distinção de raça, de côr, de padrão social, de nada.
A avalanche sobre a cidade, sobre a ilha é indistinta. Atinge a todos.
Os que ficam perdem uma familia inteira e os que se vão levam exatamente todos os sonhos de conquistas e realizações.
O triste é constatar ao final de tudo isso é saber que mais uma vez a mão do homem teve sua grande culpa em mais essa tragédia.
Ocupações desordenadas, autorizações concedidas para construções irregulares, aliada as mudanças climáticas que a cada ano modificam suas intensidades, traçam um perfil de uma tragédia anunciada não sómente em Angra, mas em vários e vários lugares desse País.
Problemas sociais profundamente enraizados pela falta de habitações condizentes às necessidades de milhões de brasileiros, provocando esse inchaço populacional desordenado e que a cada dia se instalem em áreas de riscos.
Os poderes públicos, na sua grande maioria inoperantes e coniventes, fazem vistas grossas para tais ocupações, que sem estrutura e apoio necessário crescem sem qualquer padrão, fazendo com que pequenas descargas de água ao pé de cada morro habitado venha provocar ao solo sua paulatina degradação e que encontra nas chuvas abundantes em seu periodo natural o casamento da tragédia , desmoronando morro abaixo e levando de roldão o que encontra pela frente.
Nessa tragédia já são 44 corpos resgatados entre o que ocorreu na Ilha Grande e no Morro da Carioca na cidade.
Fica a pergunta? Quem é o real culpado e não venham dizer que é São Pedro?

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