Apesar da crise financeira internacional, o ano de 2009 foi bom para o setor avícola brasileiro, afirmou o presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes.
Em 2008, a produção de frango de corte ficou em 10,966 milhões de toneladas e em 2009 fechou praticamente estabilizada, com 10,962 milhões de toneladas.
A redução foi de apenas 0,03%. “Praticamente, repetimos a produção de 2008”.
Em relação à exportação, o Brasil permanece liderando o ranking mundial.
Ariel Mendes disse que o país repetiu também no ano passado o volume exportado em 2008, que foi de cerca de 3,6 milhões de toneladas.
As principais dificuldades enfrentadas pelo setor em 2009 estão relacionadas à obtenção de crédito, tanto para a exporta&c cedil;ão quanto para o mercado interno. “Tivemos dificuldades, principalmente para capital de giro das empresas”, destacou.
O presidente da UBA afirmou que o governo foi “bastante proativo” nesse sentido. “Tudo o que o setor pediu, praticamente foi atendido em termos de liberação de financiamento”.
O problema, segundo ele, se concentrou na rede bancária, que não disponibilizou o dinheiro que foi ofertado pelo governo. “O setor bancário passou a fazer um número muito grande de exigências com relação, principalmente, a garantias. Isso dificultou a captação desses recursos por parte das empresas.
O governo foi sensível aos pedidos do setor. Mas a área bancária não cumpriu a sua parte, fazendo exigências até certo ponto descabidas, porque o nosso setor de avicultura tem uma tradição de pagar suas contas em dia e não rolar as dívidas”. Por conta da exportação, o faturamento apresentou queda em 2009. Isso ocorreu em função do dólar, disse Mendes. ”Com essa valorização do real em relação ao dólar, isso afetou muito o setor, porque o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango.
Exportamos para mais de 150 países. Em 2008, isso gerou uma receita de US$ 7 bilhões”.
Em 2009, esse valor caiu para cerca de US$ 6 bilhões. A crise internacional provocou também queda no preço do frango no mercado externo. “Os países ficaram com menos dinheiro para financiar ou para pagar as suas importações”.
O consumo brasileiro de carne de frango se mantém, entretanto, em níveis bastante elevados há alguns anos, crescendo à média de 2% a 3% ao ano. “Ou seja, é um aumento quase vegetativo”. Atualmente, o consumo per capita, isto é, por habitante, é de 39 quilos anuais. ”
É um consumo já considerado alto”.
Em alguns países do Oriente Médio, entretanto, o consumo per capita chega a 60 ou 62 quilos. Ariel Mendes afirmou que é preciso levar em conta que os países árabes não consomem carne suína e que o preço da carne bovina no mercado internacional é bastante alto.
O brasileiro consome cerca de 37 quilos de carne bovina por ano e 13 quilos de carne suína. Segundo Mendes, embora a renda familiar tenha aumentado no Brasil nos últimos anos, isso acaba se refletindo no aumento de outros produtos industrializados e processados, não sendo mais direcionado para o consumo da carne de frango, como ocorreu em passado recente.
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