terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Deficiêntes físicos


Escolaridade cresce entre deficiêntes no mercado de trabalho


Das 323.210 pessoas com deficiência no mercado de trabalho, 179.161 --ou 55,4%-- têm ensino médio, curso superior, mestrado ou doutorado, segundo os dados da Rais 2008.

O índice é dois pontos percentuais superior ao registrado no levantamento de 2007, no qual 53% das pessoas no mercado tinham deficiência.

A consultora da Accenture Flavia Rodrigues, 32, que tem deficiência auditiva severa, está entre esses trabalhadores. "Para mim, a deficiência não é impedimento, e sempre busco formas de me superar", diz ela, que se formou em estatística e hoje coordena uma equipe em um projeto de banco de dados.

O arquiteto Alexandre Ohkawa, 29, concorda que a deficiência não é barreira. Mas a alta escolaridade não impediu que permanecesse um ano e oito meses desempregado.
Depois de se formar, em 2001, fez curso de fotografia e passou seis meses em Londres para aperfeiçoar o inglês enquanto não conseguia uma oportunidade em sua área.
Para ele, a informação "deficiente auditivo oralizado" em seu currículo era um obstáculo à contratação. "Mesmo me expressando bem e com projetos bacanas no portfólio, as pessoas tinham resistência."
Há três anos, no entanto, foi chamado pela Cnec, onde desenvolve projetos de usinas hidro e termelétricas. "O trabalho me deu mais autoconhecimento profissional, como organização e disciplina", afirma.

"É muito pouco o que essa população exige", destaca a superintendente de obras e responsável pelo programa de inclusão na companhia, Maria Tereza Fernandes de Campos. E completa: "Os benefícios são imensos --há até aumento da flexibilidade de toda a equipe".

Entre pessoas com deficiência, mulher ganha até 28,5% menos, o que demonstra o preconceito enraizado seja ela deficiêntes ou não . Já não bastasse a deficiência para ainda sofrer uma valorização desigual.

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