Padre Edilberto Sena (*)
Foi preciso os moradores do rio Arapiuns bloquearem o rio, prenderem balsas carregadas de madeira suspeita, chamarem os órgãos do governo do Estado para fazerem uma fiscalização acompanhada, esperarem um mês sem serem atendidos pelo governo do Estado, que ficou omisso de modo altamente suspeito.
Foi preciso ainda, os moradores tomarem uma atitude mais enérgica, queimarem as balsas, para logo a polícia entrar em ação e um delegado intimar algumas lideranças como suspeitos de serem criminosos.
Em vez de criminalizar a Secretaria estadual de meio ambiente, SEMA e o Instituto de desenvolvimento florestal, IDEFLOR, preferiu buscar os moradores que queriam justiça.
Finalmente depois de tudo isso foi agora uma formidável força tarefa fazer a fiscalização lá dentro da Gleba Nova Olinda.
Vale a pena nomear as autoridades que lá foram: MPF, MPE, SEMA, IBAMA, PF, Força
Nacional e representantes das comunidades locais. Tardiamente mas foram.
A grande questão é: se toda essa equipe foi agora, por que não foi quando os moradores solicitaram, reivindicaram e esperaram 30 dias, por ela?
Se foi a equipe agora, é sinal que poderia ter ido antes, mas, provavelmente não houve naquele momento o interesse, não acreditavam que a sociedade civil seria capaz de agir com mais energia.
Hoje em dia tem sido assim, como os órgãos responsáveis não assumem sua responsabilidade, mesmo sendo pagos pela sociedade, esta toma iniciativa, nem sempre pacífica. Resta agora, no caso da Gleba Nova Olinda, que a equipe publique o resultado da fiscalização para que a sociedade saiba se há ou não corte de madeira ilegal na região e se os ilegais serão punidos.
Também para que a sociedade santarena e mais distante saiba se o governo do estado está sendo conivente ou não com a extração ilegal de madeira das matas estaduais.
Veremos!
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém
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