segunda-feira, 11 de julho de 2011

O SIM pelo Estado do Tapajós

O SIM para o Estado do Tapajós depende do rebanho do partido dos trabalhadores

Edilberto Sena (*)

Quem te viu e quem te vê hoje! O apoio dos filiados do Partido dos Trabalhadores poderá, ou não ser para o SIM dos novos estados, do Tapajós e do Carajás. Tudo porque, segundo a informação, o "patriarca" do partido no Pará, decidiu um forte argumento positivo ao sim e o diretório estadual acatou sua ideia.

Agora, os filiados são liberados para votar pela criação dos dois novos estados no plebiscito. Pelo teor da notícia, pode–se entender que, se o comandante decidisse que o partido deveria apoiar o NÃO, a carneirada teria que obedecer e votaria contrária aos novos estados. Estranha democracia partidária, o antigo líder comunista Lenin aplaudiria esse centralismo democrático.

Desta vez, ainda bem que a tropa petista do Oeste e Sul do Pará ficará de consciência livre para votar pelo sim. Imagine se essa tropa aguerrida decidisse fazer campanha pelo não! Já basta a senadora psolista de Alenquer, que sem dialogar com seu partido na região e que diz que apoiar os dois novos estados, ela, com todo seu poder de senadora provisória diz que é contra do novo Estado do Tapajós.

De fato, até que um dia o Estado do Tapajós esteja em pleno funcionamento, ainda passará por tantos desafios, entre os quais, de os políticos acharem que eles e não o povo devem decidir se eles vão comandar o novo Estado e o povo ser apenas massa de manobra; se a constituição do novo Estado será realmente nova, cidadã e participativa, ou se será decidida só pela elite econômica e política da região; esses, entre outros desafios virão pela frente.

As lideranças sociais, federações de associações, sindicatos, igrejas, precisam fazer um trabalho de discutir com suas bases, a importância e os mecanismos do futuro novo Estado. Não basta pensar só no sim do plebiscito. Os políticos têm seus interesses, mas as organizações sociais, os movimentos populares, devem ter outros interesses, se se quer uma mudança política, uma nova forma de se administrar a coisa pública no Oeste do Pará.

(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)

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