terça-feira, 19 de julho de 2011

O caldeirão social dá sinais de explosão

Edilberto Sena (*)

A inércia e incompetência das autoridades públicas pouco a pouco vão provocando reações nos grupos sociais. São pressões que se manifestam por indignação, bloqueio de avenidas e rodovias, enfrentamentos e denúncias nos meios de comunicação. Não dá mais para abafar o grito dos indignados; se iludem as autoridades pensando que as ocupações de terrenos baldios são apenas atos de oportunistas, ou que podem simplesmente reprimir com força policial e criminalizar movimentos sociais.

Duas pressões populares ocorridas na região provocaram respostas ainda insuficientes das autoridades, que se não forem cumpridas poderão ter conseqüências mais graves. Uma pressão social ocorreu em Santarém, na apelidada Avenida Dom Frederico Costa, com bloqueio do esburacado trecho da dita rua. Outra pressão foi no Município de Belterra, área rural, por causa da falta de realização do Plano Luz para Todos, do Governo Federal.

O bloqueio da dita avenida esburacada na cidade provocou vaga promessa da Secretaria de Infraestrutura (Seminf), de que o trecho esburacado será em breve recuperado, mas sem data marcada. Imagine se os moradores de dezenas de ruas esburacadas, como ficarão a Seminf e as autoridades inertes?

A outra recente pressão da falta de energia no campo, com o bloqueio da BR 163, recebeu garantia das autoridades em Belém de que em breve os moradores de 21 comunidades rurais de Belterra receberão a sonhada energia elétrica.

E assim, o grau das pressões sociais vai aumentando no campo e na cidade. Os sintomas da reação social indicam que a impaciência dos cidadãos poderá se generalizar e a governabilidade ficará em cheque. Não dá mais para iludir tantos grupos humanos feridos em seus direitos. Vale o ditado: Onde há fumaça é sinal de fogo!

(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)

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