Recebemos do nosso leitor Papai Noel o seguinte comentário que transcrevemos abaixo.
Aliás fazia algum tempo que não recebiamos sua visita. O texto tem o título Reflexões ou Reflexinhos?
Agradecemos mais uma vêz sua audiência e seus comentários. Meu caro Antenor.
Tenho me contido em comentários nas inúmeras postagens suas principalmente, quando o assunto se trata desses escândalos que aparecem diariamente , porque é ser tão repetitivo que me permiti englobar num texto somente o que penso sobre tudo isso que ocorre na nossa política. Podemos dar o nome de :
REFLEXÕES OU REFLEXINHOS?
No meio de todo esse bombardeio de discussões sobre democracia, autoritarismo, princípios éticos, despudor e corrupção, me veio à mente uma outra reflexão. Ninguém duvida que o Brasil esteja afundado em um verdadeiro lamaçal de podridão.
E isso, nos dias de hoje, com todos os recursos de comunicação de que dispomos, é muito mais claro e ostensivo.
Eu fui um dos ingênuos (e isso, na minha idade, chega a ser imperdoável) que votou no Lula em 2002 por acreditar no discurso de moralização do país e da ética na política que ele e seu partido proferiram por mais de 20 anos.
Eu fui às passeatas dos metalúrgicos nos idos de 1979/1980 e caminhei pela rua tentando dar minha modesta contribuição para o movimento grevista que desafiava a ditadura. Eu também estive nos comícios contra o Collor e até levei meu filho para que começasse a adquirir consciência social e política. E hoje, sou obrigado a engolir a minha ingenuidade, a minha completa falta de visão, a minha incapacidade de discernir a respeito das verdadeiras intenções e atitudes dessa gente que se aboletou no poder.
Mas, há que se considerar um aspecto: em que medida essa malta que aí está difere do que sempre houve neste triste e enfermo país? Um rápido mergulho no passado nos levaria a 1930 quando Getulio Vargas, concorrendo à presidência da república, foi roubado nas urnas pela coligação café com leite que comandava as ações há décadas. Tomou o poder sob a promessa de, em dois anos, outorgar uma nova constituição federal e normalizar a política. E ficou no poder por 15 anos a fio implantando um estado corrupto e despudorado, populista e demagógico, exatamente como é hoje. Só concordou ou foi obrigado a declarar guerra ao chamado "eixo" porque foi forçado pelas forças econômicas e políticas lideradas pelos Estados Unidos, caso contrário teria se mantido aliado a Hitler, como era de seu agrado.
Concordou em deixar o poder em 1945 e, no mesmo ano se elegeu senador da república.
Apenas cinco anos depois foi eleito presidente da república com amplo apoio de São Paulo, o estado que havia se insurgido contra ele em 1932 e que teve inúmeros jovens mortos durante a revolução. E também com o apoio de Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, líder da Intentona Comunista que culminou com sua prisão e de sua mulher Olga Benário. E Olga Benário, judia e comunista, foi deportada para a Alemanha nazista e encaminhada diretamente a um campo de concentração para, embora grávida, ser executada apenas dois ou três meses depois de nascer Leocádia, filha do casal. O autor da ordem de deportação foi Getulio Vargas, a quem Prestes apoio em 1950.
Esse mesmo Getulio se envolveu em um verdadeiro "mar de lama" (expressão da época) que o levou ao suicídio. Questão de honra ou absoluta falta de recursos para se safar mais uma vez?
E depois disso tivemos o governo de Juscelino em que, apesar das realizações, fez muito corrupto ficar milionário com a construção de Brasília. Depois de Jânio, tresloucado e de Jango, comunista detentor de latifúndios, foi a vez dos militares se aboletarem no poder e lá permanecer por 21 anos.
E a corrupção atingiu graduação e pós-graduação. Quem não se lembra da história do Ministro das Minas e Energias, o tal “japonesinho do Geisel” que, em meio à negociação sobre a aquisição das usinas atômicas e, informado sobre a chegada da comissão da Alemanha, instruía sua secretaria para depositar no Bradesco?
E isso é só uma das incontáveis historinhas que grassaram nos tempos da chamada “redentora”, aquele 31 de março que foi o maior primeiro de abril da nossa história. Mas que, ironicamente, acabou nos salvando de uma possibilidade, mesmo que remota, de nos termos enfiado num regime de esquerda, esse mesmo que afundou na antiga URSS e que insiste em manter alguns pequenos países na miséria.
Saíram eles, chegou Sarney. Nem é preciso perder tempo recordando isso. Saiu Sarney e chegou Collor de Mello, que conseguiu o feito de ser alvo de um processo de “impeachment” por corrupção incompetente já que foi pego, coisa que seus antecessores souberam fazer muito melhor e nunca foram apanhados.
Saiu Collor e veio Itamar. Saiu Itamar e veio FHC. As histórias de corrupção nunca se encolheram.
Durante esse tempo todo nasceram os Malufs, os ACMs, os Roriz, os Barbalhos, os Renan, os Sarneys, os Quercias e tudo mais que se conhece de sobra.
E finalmente veio Luiz Inácio, pregador de virtudes e moral que, tal como na cantiga de roda, “era vidro e se quebrou” logo de inicio, para não deixar dúvidas sobre a que vinha. Muito rapidamente se apossou do que não lhe pertencia, saiu uivando calunias contra tudo e contra todos, se achegou quase que instantaneamente à quadrilha perpétua toda, junto com uma enorme massa de despudorados: os sindicalistas.
Quem teve algum contato com sindicalistas durante a vida não pode ignorar o que se passa, suas estratégias, seus métodos e verdadeiros propósitos. A polêmica contribuição assistencial, criada na Constituição Federal de 1988 e nunca regulamentada, que o diga. Faz os sabujos salivarem como diante de uma suculenta posta de carne.
Este rápida e superficial incursão pela história cobre algo em torno de 80 anos. Isso é quase um século. O que, afinal, há de novo nos dias de hoje? O que foi que mudou nesse tempo todo, exceto a queda por completo dos velhos pruridos de vergonha e constrangimento que, hoje, não existem mais?
O que modificou na população que adorava Getulio Vargas, um demagogo populista que “dava” coisas ao povão em troca de adoração? Esse povão continua adorando quem lhe dá coisas sem exigir nada em troca exceto o culto quase divinizado da personalidade. Esse povo é igual ao que adorou Getulio Vargas.
E adorou ACM e adorou Ademar de Barros e adorou Maluf e hoje adora Luiz Inácio.
Desde que não seja preciso trabalhar e ganhe alguma coisinha para viver a vida na flauta, esse povo está disposto a entregar o que tiver de resto de patrimônio moral: ética, dignidade, auto-estima, auto-respeito, tudo, enfim, que talvez ainda reste ou com que nasça, pois rapidamente perde.
Em quase cem anos, o que mudou nesta terra além dos cinco campeonatos mundiais e do crescimento e aperfeiçoamento dos traseiros femininos? Então, e esta é a minha proposta de reflexão, porque andamos tão espantados, tão indignados, como se fôssemos vestais assustadas?
Meu amigo, a coisa é simples: nascemos, estamos vivendo e vamos morrer e tudo vai estar exatamente como antes, como sempre foi. Não há com que se espantar e, quem sabe, com que se preocupar. É só mais uma etapa; Depois dessa virá outra, com uma maquiagem um pouco diferente, mas exatamente igual em essência. Até um dia quando, quem sabe, se chegue ao limite e as coisas comecem a virar.
Mas, para ver isso, só se a teoria da re-encarnação for verdadeira.
Isto é um sinal de desânimo, de entregar os pontos?
Não. Muito ao contrário, é uma tentativa de enxergar a realidade sem perder a lucidez por conta de um pânico que não se justifica. Nada vai piorar mais do que piora naturalmente, pela deterioração moral do país. Mas essa deterioração é lenta e já dura séculos. Não há como acelerar. Até porque, esses que estão aí hoje, tem história, tem escola e sabem, acima de tudo, que não se mata a galinha dos ovos de ouro.
Bons sonos caro Giovannini
Papai Noel
- Quanto ao texto "Reflexões e Reflexinhos" , o que tenho a comentar é o seguinte:
ResponderExcluirPara os países que ainda engatinham no entendimento do real significado de "democracia", como por exemplo, o Brasil, para determinadas pessoas que se privilegiam do poder, não existe o certo ou o errado, mas sim o "conveniente". Prova disso é o que temos lido e ouvido por aí, o que é praticamente a criação de uma variação da conjugação do verbo "saber" no pretérito imperfeito do indicativo, conforme segue:
Eu sabia
Tu sabias
Ele (ou Ela) não sabia
Nós sabíamos
Vós sabíeis
Eles não sabiam, e nunca souberam de nada !
Brincadeiras à parte, temos que amadurecer como eleitores, pois para efetivamente vivermos uma democracia, é preciso que tenhamos a real consciência do que é votar, do que é discutir idéias, de sabermos lidar com as diferenças, de aproveitarmos as divergências para convergirmos como povo e nação.
Entendo que isso somente se viabilizará ao levarmos a luz àqueles que vivem nas trevas da ignorância, que trocam o seu voto por artigos de necessidade básica, os quais infelizmente têm muito mais "peso" se considerarmos as condições miseráveis em que vivem, ou melhor, que outros têm interesse que continuem a viver assim.
- Por fim, convém que você divulgue a seguinte informação, sob o título "Serviço de Utilidade Pública":
No Brasil, somente têm validade os votos válidos ! Votar "nulo" significa que você poderá estar favorecendo aquele que você menos deseja que seja eleito ! Votar "nulo" somente teria efeito se o mesmo fosse computado juntamente com os votos válidos. Portanto, muito cuidado ao votar, pois o seu voto é sagrado demais para ser desperdiçado !
Abraços,
Alexandre
Papai Noel que vergonha .
ResponderExcluirEnsinando coisas erradas.
O maior presidente da história justamente é Luiz Inácio Lula . Morram de inveja quem é contra.
Papai Noel
ResponderExcluirSenão fosse Juscelino esse País não seria o que é.
Muitos talvez se aproveitaram mas não se pode negar a importância de Juscelino para o Brasil.
Quanto aos demais concordo consigo. Bôa análise.
Papai Noel
ResponderExcluirPosso pedir um presente?
Lula de novo Presidente por favor ...
Chorem .. chorem os tucanistas de plantão.
Não sabia que Papai Noel era tão tucano ...
Papai Noel Papai Noel
ResponderExcluirPosso tambpem pedir um presente ?
Lula de novo presidente NÃO NÃO NÃO por favor .
Meu pai me colocou esse nome, que aliás me orgulho, exatamente em homenagem ao presidente Juscelino. Concordo com o Anônimo das 07,57 que muita gente se aproveitou. Outras épocas. Mas, a importância para história do Brasil de Juscelino Kubitschek de Oliveira ( que morreu em situação até hoje não explicada de forma convincente) foi enorme isso é incontestável. Um homem que forçou a mudança da capital do País numa época de falta de arrôjo e coragem.
ResponderExcluirPena que não havia reeleição na época e o País pôs um transloucado na Presidencia .
Quanto ao todo do comentário do Papai Noel não há como não lhe dar razão. Mudaram as moscas.
Papai Noel apenas esqueceu de mencionar que em todos os demais governos havia desvios, corrupção, mas nunca tão orquestrado por uma quadrilha como nos últimos anos. A ponto de 40 estarem indiciados pel PF e que até agora anda à procura do Ali-Babá ... Pelo menos os 40 senão estão presos estão indiciados . Nisso esse atual governo foi infinitamente superior aos anteriores. Definitivamente "Nunca antes nesse País houve um esquema igual a esse" .
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