José Cruz (*)
Volto a um assunto aqui já comentado, mas com novas informações.
É do orçamento do Ministério do Esporte que sairão R$ 52 milhões pra “Implantação de Controle de Acesso e Monitoramento nos Estádios de Futebol para Segurança do Torcedor”.
É um gasto desnecessário, pois o Estatuto do Torcedor é claro em seu artigo 18:
"Os estádios com capacidade superior a 10.000 (dez) mil pessoas deverão manter central técnica de informações, com infraestrutura suficiene para viabilizar o monitoramento por imagem do público presente”.
Ou seja, a Lei 12.299, de 27 de julho de 2010, determina a exigência para que cada estádio garanta a segurança dos torcedores.
Então, como o governo federal vai se envolver e gastar dinheiro com uma atividade particular, profissional e altamente rentável?
Não basta o governo já ter criado a vergonhosa Timemania, para que o apostador pague o roubo que cartolas praticaram ao não recolherem os impostos?
Enquanto isso...
O último balanço da CBF indica que a renda com patrocínios e jogos da Seleção Brasileira cresceu de R$ 104 milhões em 2008 para R$ 164 milhões em 2009.
O aumento é de 57%, liderados pela poderosa Nike (R$ 59 milhões), Itaú, AmBev, TAM, Pão de Açúcar, e por aí vai, até os direitos de TV, que a Rede Globo paga R$ 11,3 milhões para ter exclusividade.
Como se vê, o futebol profissional no Brasil é lucrativo, basta ver os contratos de jogadores feitos pelos principais clubes para o Brasileirão.
Mas, aqui, o lucro fica com os cartolas e as despesas são divididas entre o povão pagador de impostos.
Espaço
Com certeza, Senhor Ministro Orlando Silva, o Senhor nunca precisou de um hospital público, o mesmo onde dezenas de torcedores são atendidos, Brasil afora, e lá morrem por falta de assistência ou equipamentos.
Enquanto isso, o ministério que o Senhor dirige (?) vai pagar a compra e instalação de equipamentos de quem está lucrando com o futebol?
O espaço está disponível para o Senhor se manifestar. Mas não me venha com a história de que compete à União dar garantias ao torcedor. Se for assim, os carvalescos vão querer essa “intromissão salutar” do governo nos sambódromos do país.
(*) Jornalista . Cobre há mais de 20 anos os bastidores da política e economia do esporte, acompanhando a execução orçamentária do governo, a produção de leis e o uso de verbas estatais na área esportiva.
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