quinta-feira, 22 de julho de 2010

Soja louca

Soja louca: Perdas de 30% em MT

Anomalia com causa ainda desconhecida se intensificou nesta safra e se torna mais um problema à sojicultura. Uma doença de origem ainda desconhecida para os técnicos da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está intrigando produtores das regiões norte e médio norte de Mato Grosso.

Este ano, a doença atingiu diversas lavouras, tanto de transgênicos quanto de convencionais, provocando prejuízos de até 30% em alguns talhões (porções de áreas plantadas). O problema foi detectado pelos produtores em 1998, em Tapurah (433 quilômetros ao norte de Cuiabá). No município, segundo levantamento do sindicato rural, 20% das lavouras plantadas foram atingidos pela anomalia, conhecida como “soja louca 2”, que provoca o abortamento de flores e vagens, impedindo o desenvolvimento da planta.
“Ela [a soja louca] é uma doença cujo vetor ainda não foi identificado pelos técnicos e agrônomos. Somente agora as entidades de pesquisa estão trabalhando na tentativa de descobrir as causas e a forma de tratamento”, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Tapurah, Marusan Ferreira Barbosa.

Em 12 anos de existência da doença na região, ele conseguiu identificar que a soja louca só aparece em áreas onde não é feito o adequado manejo das ervas daninhas após a colheita. “O distúrbio torna a soja estéril, levando à perda total das plantas atingidas. Porém, a doença não se espalha, é localizada”. Marusan informou que em alguns talhões de lavouras de Tapurah a perda chegou a 50%. Em todas as lavouras do município, ele estima que as perdas podem ter chegado a 5%.

Técnicos e agrônomos de entidades de pesquisa como Embrapa, Fundação Mato Grosso e Fundação Rio Verde estiveram na região colhendo informações e visitando lavouras infestadas pela soja louca. Segundo o pesquisador Maurício Meyer, fitopatologista da Embrapa/Soja, a causa da doença nas plantas ainda não foi esclarecida, assim como o melhor manejo para impedir o avanço da anomalia nas lavouras.
Entre as hipóteses, é cogitada a interação entre herbicidas, fungicidas e inseticidas, maior quantidade de matéria orgânica no solo, temperaturas elevadas e ataques de algumas espécies de ácaros.

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