Antenor Pereira Giovannini (*)
Mais uma pessoa morre vitima de acidente de carro provocado pelo excesso de velocidade ou por um racha como a mídia anuncia.
Certamente esse caso ficará alguns dias repercutindo na imprensa pelo fato do jovem morto ser filho de atriz de televisão.
Diariamente outros tantos casos ocorrem pelo País com menor ou maior brutalidade, mas a repercussão é infinitamente menor. Lamenta-se por todos eles.
Sabem por quê a repercussão é pequena?
Porque virou rotina. Apenas isso. Trata-se de apenas mais uma morte.
Lembram-se de um caso onde houve duas mortes no Paraná envolvendo um político local? Aconteceu alguma coisa além da dor interminável da família, dos amigos dos jovens que morreram? Nada, absolutamente nada.
Tal qual como esse caso onde os motoristas envolvidos serão ouvidos, dispensados, ouvidos novamente, dispensados, e poderão ser enquadrados no crime de homicídio culposo (sem intenção de matar) e com bons advogados pelo tal de bons antecedentes responderão em liberdade. Sem ser advogado, mas invariavelmente não é isso que ocorre?
E nossos políticos preocupados com eleição, com o livrar a cara no tal Ficha Limpa, e as pessoas morrendo de todas as formas e não há qualquer manifestação de mudança em nosso Código Penal.
Não são os filhos deles que morrem, não são as famílias deles que são atingidas como um raio que transformam seus corações em pedras, pela saudade, pela dor da perda de entes queridos. Não se preocupam se os que morrem qual a contribuição que trazem diariamente não somente às suas famílias e amigos, mas para a comunidade como cidadão ou cidadãs honestos e de princípios.
Nada disso, os motiva. Nada disso os faz trabalhar. São cones colocados por nós mesmos para se auto-servirem sem qualquer comoção em deixar que tantas e tantas famílias pelo País chorem seus mortos estupidamente tirados por inconseqüentes que deveriam apodrecer atrás das grades.
Mas, isso tudo fica apenas em um número de estatísticas.
(*) Aposentado, agora comerciante e morador em Santarém
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