Levantamento feito pelo sistema de divulgação de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que os donos dos maiores patrimônios declarados dentre os candidatos a governador, vice e senador são de Mato Grosso, polo do agronegócio no país.
O empresário do setor de metalurgia Mauro Mendes (PSB), que disputa o governo mato-grossense, declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 57,1 milhões. É a maior cifra apresentada pelos candidatos a governador do país.
Já dentre os candidatos a vice, aparece no topo da lista o deputado estadual Otaviano Pivetta (PDT), da mesma chapa de Mendes. Pivetta afirma ter um patrimônio líquido de R$ 132,6 milhões. No ranking dos candidatos ao Senado, quem se destaca é o ex-governador Blairo Maggi (PR), produtor de soja e dono de R$ 152,4 milhões, segundo os dados do TSE.
A divulgação do patrimônio dos candidatos na internet é regra desde 2006 e vale para quem pretende se candidatar a qualquer cargo público. As declarações podem ser acessadas por qualquer pessoa no site do TSE.
A Justiça Eleitoral não confere as informações com outros dados, como a declaração de Imposto de Renda do candidato, por exemplo. No entanto, se houver suspeita de omissão ou outra irregularidade, o patrimônio pode ser questionado por um adversário, partido, coligação ou pelo Ministério Público Eleitoral.
Mendes, Pivetta e Blairo são empresários – os dois últimos atuam no ramo do agronegócio – e não ingressaram na política por herança familiar. O candidato do PSB, Mauro Mendes, concorre pela segunda vez a um cargo público. Pivetta foi prefeito por dois mandatos e agora tenta se eleger vice.
Blairo só havia sido suplente de senador antes de assumir o governo estadual.
Foi reeleito e agora disputa uma cadeira no Senado.
É dele uma explicação para o “fenômeno” do estado nas declarações patrimoniais. “Aqui no Mato Grosso a classe empresarial resolveu fazer política”, diz.
O ex-governador defende o estilo empresarial na gestão pública.
“É fazer com que as coisas aconteçam numa velocidade maior. Não tem tanto aquelas amarras políticas que tradicionalmente se tem. O pessoal não entra pra fazer uma carreira política. Entra pra dar sua contribuição e ir embora”, diz, anunciando que o mandato de senador, se for eleito, será o último de sua vida.
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