segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Vivendo num País sem crise - Capitulo 12

Penúltimo capítulo da nossa novelinha.
Os leitores podem não ter gostado das irônias, do deboche, nesses capitulos apresentados. A intenção não é ironizar ou debochar pelo simples fato de querer desqualificar o evento.

Porém, hão de convir que há uma série de ponderações que precisariam ser analisadas antes de simplesmente quererem essa megalomania.

Sou um apaixonado pelo esporte futebol. Torço por um clube. Fui frequentador de estádios pelo País pelo simples gosto do esporte por muitos e muitos anos.
Em outras épocas seria um dos mais empolgados e entusiastas pela organização de uma Copa do Mundo em nosso País.
Ocorre que você pode até enxergar uma série de benefícios para as cidades sedes inclusive de infra-estrutura, porém uma infra-estrutura que atende apenas e tão sómente aos locais aonde teremos os jogos, em torno dos estádios. Pode gerar milhares de empregos, pode e deve gerar. Mas, ciclico até o momento da feitura dessas obras.

Mas, o que chama atenção afora esse montante de dinheiro a ser dispendido para construções de estádios, adaptações, logistica, infra-estrutura em torno, etc é que será controlado sabe lá por quem e de que forma, num País onde controle de dinheiro público é uma matéria que até hoje ninguém se deu conta de passar sem problemas, é a questão do esporte em sí.
Clubes profissionais semi-falidos com dívidas impagáveis junto aos orgãos publicos municipais/estaduais e federais, campeonatos deficitários, clubes geridos por amadores gastando muito mais que arrecadam, muitos clubes não possuem infra-estrutura para se prepararem, divisões de base abandonadas, calendários esdrúxulos, segurança dos estádios deficitárias, brigas com feridos e mortes em muitos confrontos antes e após jogos em várias cidades-sedes do Mundial, enfim, uma série intermináveis de problemas que dificilmente serão sanados até a Copa.

Fica sempre a pergunta porque precisamos gastar todo esse dinheiro num evento quando sabemos que há estadios que deverão ficar com público somente no Mundial?
Porque precisamos gastar bilhões de reais em estruturas quando não temos nessas mesmas cidades-sedes resolvidos problemas como saneamento básico, hospitais, escolas, creches, merenda escolar, trânsito, segurança?

Basicamente foi isso que a nossa novelinha quis mostrar aos leitores, uma vez que sabemos de antemão que muitos compartilham da mesma idéia de que prioridades são ações básicas para execução de qualquer bom trabalho, e nesse momento, Copa do Mundo não é uma das prioridades do País. Prioridades de ação social e não politica, pois certamente , há muitos que irão se pendurar literalmente nesse tipo de evento para se perpetuar no poder.
Vamos ao penúltimo capítulo da nossa novela :




Estádio: Cidade da Copa, Recife
Arquiteto responsável pelo projeto: não divulgado pelo Governo de Pernambuco
Características do projeto: prevê a construção de um estádio com capacidade para 46.154 lugares, um conjunto habitacional, um centro comercial e hotel.
Valor estimado do estádio com infra-estrutura: R$ 1,6 bilhão.

Nota do Blog: Dessa forma, podemos encerrar nosso capítulo de hoje confirmando que , basicamente, o custo total para deixar essas 12 sedes em condições de apresentar uma Copa do Mundo que dura 30/40 dias e tem sede com 2/3 jogos no máximo, serão gastos: R$ 4.773 bilhões de reais sem considerar o Estádio do Mineirão, que conforme um leitor confirmou, o govêrno ainda não determinou para não correr o risco de errar. Mas, com certeza o valor incluindo o Mineirão deve passar da casa dos R$ 5 bilhões de reais. 
Numa empresa séria o dinheiro aplicado em alguma obra precisa ter um retôrno, o chamado "pay-back". '(retorno do pagamento) . Em quantos anos teremos esses R$ 5 bilhões de volta. Alguém poderá dizer que grande parte será investimento privado.
Que seja. Do dinheiro público em quanto tempo o teremos de volta e de que forma.
Seria importante os responsáveis traçarem e informarem esses números.





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