sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Mulher pelada é cultura?


Gilberto Dimenstein (*)

Comentei aqui por diversas vezes que considero o vale-cultura, capaz de envolver até R$ 7 bilhões, um previsível desperdício --o dinheiro seria mais bem usado se focado nos estudantes das escolas públicas. Desde ontem, meu receio aumentou ainda mais, pela possibilidade de que, com esse benefício, mulher pelada também seja cultura. Ou gibi.

Foi aprovada uma emenda no Congresso permitindo que o vale-cultura seja usado para comprar jornais, revistas e gibis. Senadores argumentaram que, com isso, revistas como a "Playboy" seriam beneficiadas, mas a emenda foi aprovada assim mesmo.

Nada contra a "Playboy", mas mulher pelada não é cultura --muito menos com dinheiro público

(*) É membro do Conselho Editorial da Folha de São Paulo e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz.
E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

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