terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os 4 elefantes brancos para 2014

Sérgio Rangel (*)

Pelo menos quatro dos 12 estádios da Copa do Mundo de 2014 correm risco de virar "elefantes brancos", segundo avaliação do TCU (Tribunal de Contas da União).
O Vivaldão, estádio do Amazonas, o Mané Garrincha (em Brasília), o Verdão (em Mato Grosso) e a Arena das Dunas (no Rio Grande do Norte) são citados no relatório do TCU como obras que dificilmente cobrirão os custos de manutenção depois da realização do segundo Mundial de futebol no Brasil.
As quatro obras somadas chegam a R$ 1,94 bilhão.

No documento de 28 páginas, técnicos do tribunal de contas fazem o alerta ao declarar que "o risco associado à construção de "elefantes brancos" nas quatro cidades pode ser considerado alto".
Eles alegam que o quadro se agrava nessas obras ""não somente em virtude de serem locais com pouca tradição no futebol mas também pela relação histórica entre público pagante e valor do ingresso".

Os clubes dos três Estados citados e também os do Distrito Federal estão fora da primeira divisão do Brasileiro de 2010 e raramente chegam à elite do futebol nacional.
No relatório elaborado para avaliar os riscos envolvendo as obras do Mundial, o TCU também dividiu as futuras arenas em três grupos. Rio, Belo Horizonte e São Paulo, que ainda não tem estádio aprovado pela Fifa, e Rio Grande do Sul estão fora do grupo tido como de risco. Paraná, Ceará, Pernambuco e Bahia vêm a seguir, listados num nível intermediário.

Sem Qualificação
Funcionários do tribunal ainda censuram a qualidade dos projetos apresentados, além de afirmarem que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não tem "pessoal qualificado para análise técnica de engenharia dos projetos dos estádios".
O BNDES é a principal fonte financeira para os governos estaduais construírem as arenas para a competição.

Na terça-feira passada, em votação, o Senado abriu caminho para o banco aprovar durante o período eleitoral os financiamentos que vão ajudar os Estados a erguer seus estádios. 
Até então, o BNDES poderia repassar a verba somente até o último dia 2.

(*) Jornalista, Repórter Esportivo da Sucursal do Rio de Janeiro da Folha de São Paulo

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