Plebiscito: uso da bandeira do Pará em campanha aprofunda a divisão, não importa o resultado
Manuel Dutra (*)
O emprego abusivo da bandeira do Pará na campanha pelo Não no plebiscito de 11 de dezembro levará, fatalmente, a uma situação de não retorno. Se vencer o sim, outras bandeiras surgirão. Se vencer o Não, a bandeira do Pará continuará como símbolo dos que desejam ser paraenses como daqueles que desejam ser tapajônicos ou carajaenses. E como será esse símbolo aceito lá nas outras duas regiões?
Fácil imaginar que a bandeira do Pará continuará sendo hasteada nos prédios públicos estaduais, em caso de o plebiscito decidir pela “unidade”. Mas não resta dúvida de que será um símbolo parcial, haja vista a sua associação direta e agressiva a uma das partes em disputa hoje. Por isso será rejeitado por uma grande parcela de paraenses que não desejam sê-lo.
Bem antes do dia do plebiscito, a bandeira do Pará já não significa a unidade, como dito, pela óbvia razão de estar sendo partidarizada, o que não deveria acontecer. Só a irresponsabilidade de certos grupos permite isso.
(*) Jornalista e Professor . Morador em Belém
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