Diniz sugere que ainda não descartou fusão com o Carrefour
Folha de São Paulo
O presidente do Conselho do Grupo Pão de Açúcar, Abilio Diniz, deu a entender nesta quinta-feira, que o projeto de fusão com o Carrefour, que criaria o segundo maior grupo de varejo do mundo, não foi totalmente descartado.
"Era um grande plano, sensacional e pode ser um grande plano ainda", declarou Diniz, que na última sexta-feira se reuniu com o presidente do grupo francês Casino, Jean-Charles Naouri, em Paris.
O Casino é sócio do GPA e se opôs aos planos de Diniz. Os dois grupos travam uma briga judicial em uma corte de arbitragem na França.
"Na sexta eu fui lá em Paris e tive a reunião com o Jenan Charles. E falei para ele: 'não da para esquecer junho, julho e agosto [os meses de crise entre as duas empresas] mas tivemos antes disso 12 ótimos anos juntos", relatou o empresário.
Durante evento para empreendedores organizado pela Endeavor, Diniz disse para a plateia de empreendedores que escolham bem seus sócios. E que sócios não podem brigar jamais.
Após sua apresentação, questionado se a negociação poderia ir adiante, ele foi evasivo: "está tudo para ser construído e para ser feito".
NEGÓCIO
A tentativa de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil, que pretendia criar uma supervarejista brasileira de alcance global, fracassou em julho.
O BNDES retirou oficialmente o apoio pré-aprovado de R$ 4,5 bilhões, inviabilizando a engenharia financeira montada para unir Pão de Açúcar e Carrefour.
O banco alegou falta de entendimento dos sócios Casino e Abilio Diniz, que dividem o comando do Pão de Açúcar.
Para o Casino, a fusão esbarrava em riscos regulatórios e concorrenciais e não fazia sentido nem para a empresa nem para os acionistas.
Segundo o Casino, 40% das lojas do Carrefour e do Pão de Açúcar estão presentes em uma mesma zona geográfica. Esse percentual de concentração chega a 71% em São Paulo e a 43% no Rio.
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