terça-feira, 25 de outubro de 2011

E ainda se faz de santo

Orlando Silva beneficiou ONG quando ela já era suspeita de fraudes

José Cruz (*)

Os repórteres Filipe Coutinho e Fernando Mello, da Folha de S.Paulo, conseguiram o primeiro documento que estabelece ligação direta entre o ministro do Esporte, Orlando Silva, e o policial João Dias, beneficiado com R$ 3,6 milhões do Segundo Tempo, dinheiro que teria sido desviado de seus objetivos.

Mesmo diante de auditorias do Ministério, que revelaram indícios de fraudes na primeira etapa do projeto de João Dias, em julho de 2006 Orlando assinou um despacho que reduziu o valor que a ONG beneficiada precisava gastar como contrapartida para receber verbas do governo, permitindo que o policial continuasse participando de um programa do ministério.

O ministro do Esporte autorizou de próprio punho a medida.

Meu comentário

Para os patrulheiros de plantão, ai está mais uma prova, diante das que já publiquei, mostrando que o Segundo Tempo é um foco de intensa corrupção, Brasil afora.

Neste caso, fica cada vez mais evidente que, um dia, João Dias teve suas ações qualificadas pelo ministério do Esporte. Hoje, ele é desqualificado... Traição entre amigos.

Mas este é apenas o ponto de partida de um esquema maior, que só será totalmente decifrado depois de ouvirem o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o ex-gerentão do Segundo Tempo, Júlio Filgueiras.

Foi Júlio quem apresentou João Dias ao então ministro do Esporte, Agnelo Queiroz; e a confusão de hoje está centrada a partir dessa relação entre amigos.

(*) Jornalista e que cobre há mais de 20 anos os bastidores da política e economia do esporte, acompanhando a execução orçamentária do governo, a produção de leis e o uso de verbas estatais na área esportiva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário