Foto de Marcello Casal/ABr |
A mão que segura Orlando Silva na cadeira de ministro do Esporte é de Lula. Partiu do ex-presidente o conselho ao PCdoB para que resistisse.
Adepto da teoria do “casco duro”, Lula pediu ao PCdoB e a Orlando que resistissem às pressões que, por densas, formavam um cenário de demissão.
Nesta sexta (21), Lula tocou o telefone para Reanto Rabelo, presidente do PCdoB. Recomendou resistência.
O próprio Rabelo relatou o contato a militantes do partido reunidos 17ª Conferência Estadual do PCdoB do Rio, que se converteu em ato de desagravo a Orlando.
Presente ao evento, o repórter Marcelo Remígio reproduz as palavras do mandachuva do PCdoB:
“Acabei de receber uma ligação telefônica do nosso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizando com nosso partido e com o nosso ministro Orlando Silva…”
“…Ele disse: ‘Vocês têm que resistir, o ministro tem que resistir’.” Embalado pelo telefonema do ex-soberano, Rabelo pontificou:
“E devemos [resistir]. A história de nosso partido é a resistência. Nós temos que ter confiança na presidente Dilma Rousseff.”
Líder do PCdoB no Senado, Inácio Arruda (CE) contou que a resistência de Orlando Silva em entregar o cargo também foi inspirada em Lula.
Segundo o senador, o patrono de Dilma trocou telefonemas, nos últimos dias, também com o ministro. Inácio Arruda relatou:
“O presidente Lula dizia para o Orlando: ‘Você precisa ter tutano! Segura firme aí porque, se envergar na primeira ventania, pode ser arrastado. É preciso ter firmeza!’.
Antes de discursar na conferência partidária do Rio, Renato Rabelo avisara que Orlando Silva aguardava, em Brasília, por um encontro com Dilma. Foi, de fato, chamado.
O ministro reuniu-se com a presidente por cerca de uma hora e meia.
A conversa foi testemunhada por um ex-auxiliar de Lula, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).
Ao final da audiência, Orlando Silva deixou o gabinete presidencial com a cabeça de ministro ainda acomodada sobre o pescoço.
A resistência à moda Lula prevaleceu sobre a avaliação do Planalto, cultivada ao longo de uma semana.
Consolidara-se ao redor de Dilma a sensação de que Orlando Silva perdera as condições políticas para manter-se no cargo.
O encontro com Dilma impediu Orlando de comparecer à conferencia comunista do Rio. O ministro enviou, porém, uma carta à militância.
“Vocês têm acompanhado os ataques violentos, as mentiras e calúnias, sem provas, que tentam imputar a mim e ao nosso partido”, anotou no texto.
“Estes ataques são frutos da cobiça gerada pela dimensão alcançada pelo ministério e pelo ódio de classe das forças conservadora…”
“…[…] Nos tempos de terror usavam a tortura, prisão, e assassinatos…”
“…Hoje, as mesmas forças usam o linchamento político, a execração pública para eliminar nossos companheiros.”
Nota do Blog: Isso porque estão sendo avaliados desvios de dinheiro público, falcatruas,
beneficiamento de terceiros e por aí vai. Ou seja, quando alguém que já ocupou o maior cargo político desse País, ao invés de no mínimo ficar quieto ou quando muito incentivar investigações sérias e profundas, não, afaga seu afilhado e seu partido político, como se tudo isso fosse apenas uma mal criação de um menino levado. Difícil acreditar em seriedade quando se fala em políticos nesse País. Também esperar algo sério de alguém que tem como ídolo, irmão e líder um Kadafi da vida, esperar o quê?
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